Ex-parlamentar, Fábio Tokarski mantém sua pré-candidatura à Prefeitura de Goiânia pelo PCdoB, mesmo com o nome de Adriana Accorsi, do PT, referendado. “O PT convergiu para um nome sem nos consultar. Não haverá imposição de candidatura”.
Com essas palavras, ele, que é engenheiro civil e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), concluiu uma entrevista ao Diário de Goiás na terça-feira (9) sobre as eleições municipais de 2024.
Ele falava da manutenção de seu nome como pré-candidato à Prefeitura de Goiânia pelo PCdoB. No início de outubro o partido referendou o ex-vereador, também ex-deputado e ex-secretário.
Junto com o PV, PCdoB e PT formam o Brasil da Esperança, uma federação partidária com incidência eleitoral nacional.
O ex-parlamentar lembra que é membro da Executiva Nacional da federação. “Quem vai ser o candidato da federação ainda vai ser decidido”, taxou ele. As convenções para essa definição ocorrerão somente entre 20 de julho e 5 de agosto de 2024.
Resposta
A manifestação de Tokarski é uma reação ao lançamento e repercussão da pré-candidatura da deputada federal Adriana Accorsi pelos petistas como se fosse o nome da federação. Poucos dias após o referendo dele, no final de outubro, Adriana Accorsi foi referendada pelo PT.
A ideia era que ela fosse a pré-candidata que deveria ter, logo de início, uma convergência da federação. Contudo, as legendas ainda não se encontraram para uma definição final. “Não houve diálogo entre nós”, sustenta o ex-parlamentar.
Frente ampla
Além disso, defendendo uma “frente para além da esquerda”, a deputada já dialoga com partidos de outras esferas ideológicas, como o PSD, do senador Vanderlan Cardoso. Para completar, Adriana também já cogitou publicamente nomes que estão sendo sondados para a vice. É o caso do empresário Marcelo Baiocchi, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
Tanto Vanderlan quando Marcelo apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições passadas. O senador, entretanto, tem acenado positivamente ao governo do presidente Lula do PT.
Sem imposição
“Também estou conversando com outros setores. Não cabe mais uma visão hegemonista. Cada partido é um partido. Não nos submeteremos a nenhum tipo de imposição”, reiterou Tokarski.
Como se trata de federação, ele frisa que o PT terá candidatos em algumas cidades e o PCdoB em outras e que a decisão sobre cada uma virá da Executiva, independente de Adriana figurar bem ou não em pesquisas eleitorais.
Caminhada isolada
Fábio Tokarski vê nas articulações da petista uma caminhada isolada do resto da federação. Para ele, o PT está indo por um lado e o PCdoB por outro. “Qual o melhor nome para enfrentar a direita em Goiânia? Essa deveria ser nossa preocupação hoje”, entende ele.
Sobre seu antigo alinhamento com o PT, ele cita que foi secretário de Obras da capital na gestão do falecido prefeito Darci Accorsi, pai de Adriana. Também foi assessor do ex-ministro Guido Mantega, em um dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva.
Movimento Goiânia 100 anos
Envolto nesse imbróglio de alianças, Fábio Tokarski tangencia a estratégia propondo um debate sobre plano de governo. “Temos um prazo elástico até as convenções para debater quem tem a melhor proposta para Goiânia, que pede por isso. Goiânia pede um projeto não só de gestão, mas de planejamento futuro”, afirma.
Nessa linha, ele também anuncia o lançamento do “Movimento Goiânia 100 anos – O Futuro Começa Agora”. Conforme o ex-parlamentar, será uma ação suprapartidária para debater e apresentar soluções de longo prazo, focadas nos dez anos que a capital tem até seu centenário, em 2033.
“Nosso projeto não é contrário ao que ela [Adriana] apresenta, mas nosso debate é maior. É sobre um projeto para a cidade”, afirma. A partir daí ele cita que Goiânia perdeu qualidade de vida e “está em degradação, por exemplo, da mobilidade urbana e de forma violenta, com uma distribuição de serviços irregular muito grave. E faltam respostas para isso”, observa.
Candidatura de São Paulo
Fábio Tokarski ainda acrescenta que as definições municipais estão atreladas a acordos nacionais com repercussão sobre as candidaturas em diferentes cidades. E cita São Paulo, onde o PCdoB não lançará candidatura para apoiar Guilherme Boulos (PSOL) que deve ter Marta Suplicy (PT) na vice.
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