Pensando aqui…
A oposição – não só em Goiás, mas no Brasil – sofre com o terrível mal da falta de estratégia. Seu principal adversário continua sendo a deficiência política, que faz do marketing de hoje o empecilho de amanhã.
Assim que, para firmar-se como contraponto à presidente Dilma Rousseff (PT), o presidenciável Eduardo Campos (PSB) faz duros ataques ao Governo Federal, que compôs até pouco tempo.
Em um encontro de seu partido em São Paulo, por exemplo, o pessebista foi virulento. Classificou a presidente como “autoritária, avessa ao diálogo e que foge do debate”. Indo além, disse que o “arranjo político de Brasília já deu o que tinha que dar.”
Propostas alternativas, de fato, não foram apresentadas. Frases de efeito, porém, estavam preparadas. Engatilhadas. Prontas para serem distribuídas a ‘torto e a direito’ sem a menor preocupação com o que virá depois.
Bem… A incompetência para se fazer oposição é outro problema. A questão central é que o socialista não atira em vão. Faz isso para entrar no debate, geralmente polarizado entre o PT e o PSDB.
Questão de marketing…
Mas, caso ele não passe para o segundo turno, isso não dificulta uma possível aliança com o PT?
Sendo este o cenário, o caminho natural dele seria apoiar o PSDB, em uma união das oposições no segundo momento da disputa?
(Isso se ele próprio não estiver lá.)
E em Goiás, como ficaria isso?
Vanderlan Cardoso (PSB), se não passar para o segundo turno, apoiaria Marconi Perillo (PSDB), a quem vem atacando cada vez mais?
E se ele passar e o PT não passar, os petistas ficariam contra ele?
E caso Campos passe e Aécio Neves (PSDB) não, e Vanderlan também passe, como fica, já que o governador do Pernambuco vai querer o apoio do PSDB e Vanderlan terá de enfrentar provavelmente o PSDB por aqui?
Em outra ponta…
O PT goiano diz que não aceita Júnior Friboi (PMDB). Mas e se o PT nacional determinar que é para apoiar Friboi porque isso ajuda Dilma? O PT vai engolir o que está falando?
Existem ainda as divergências entre Ronaldo Caiado (DEM) e Marina Silva (PSB) e Marconi Perillo e o PT… E por aí vai.
Perguntas que, por agora, não têm respostas. Declarações que podem virar pó dependendo de como o jogo for se formatando.
Os inimigos de hoje podem ser aliados de amanhã por puro pragmatismo.
Pragmatismo que há muito se sobrepõe à ideologia política.
E os discursos? Ajeita-se depois. Tipo: ninguém recusa apoio. Dos males, o menor.
E aí chega ao fim mais uma eleição. Essa festa democrática que invade o Brasil!
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