Publicidade
Geral
| Em 7 meses atrás

“Não adianta dizer que tem dinheiro se o dinheiro não chega”, apela prefeito de Porto Alegre

Compartilhar

O prefeito de Porto Alegre (RS), Sebastião Melo (MDB-RS), fez apelo para a resolução dos problemas burocráticos que travam as ações humanitárias e socorristas no Rio Grande do Sul, durante coletiva de calamidade pública, na tarde deste domingo (5). Ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o prefeito da capital sulista pontuou que “não adianta dizer que tem dinheiro, se o dinheiro não chega” e que os municípios precisam de diversos tipos de insumos.

O emedebista, que é goiano de Piracanjuba, listou para o presidente e para a comitiva de ministros presentes na reunião, que há grande dificuldade nas ações devido a ausência de condições. “70% da cidade já está sem água. E eu não tenho como recuperar do jeito que está a altura do rio. Então nós temos que ver o que fazer. Os caminhões-pipas já estão quase sem diesel. O oxigênio está terminando”, disse o prefeito de Porto Alegre.

Publicidade

De acordo com Sebastião, falta ainda barcos, botes, coletes e materias para as ações de socorro aos cidadãos ilhados, que ainda esperam por resgate. Em fala rápida, o prefeito destacou a dificuldade em ter acesso à verba de R$ 58 milhões, em teoria, destinada pelo governo federal. “O sistema tradicional de tragédia nunca funcionou no Brasil da burocracia. E se continuar desse jeito não vai funcionar”, pontuou.

Publicidade

Nós temos que salvar as vidas e reconstruir vidas logo na frente, desburrocratizando, porque não adianta dizer que tem o dinheiro se o dinheiro não chega. Isso vale pro prefeito, vale pro governador e vale, por exemplo, entre um comando do Executivo, vocês todos sabem que a burocracia mata totalmente.

Publicidade
Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre (RS)

Lula garantiu ao prefeito que “não haverá entendimento da burocracia” diante da situação. No que chamou de “cenário de guerra”, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, apresentou dados preliminares dos danos causados até o momento, no estado.

Conforme os registros iniciais, diante da dificuldade de levantamento da real situação, no momento, são 710.022 afetados, 155 feridos, 100 desaparecidos. Ainda de acordo com Leite, são 187 pontos de bloqueio nas estradas do Rio Grande do Sul, sendo 142 bloqueios totais e 45 parciais.

Publicidade

Nos últimos dias, as chuvas resultaram no nível histórico da cheia dos rios. O Aeroporto Internacional Salgado Filho (POA), em Porto Alegre, foi fechado por tempo indeterminado por conta das pistas submersas e dezenas de cidades estão completamente ilhadas.

Por fim, o governador fez um apelo à sociedade e aos políticos presentes: “Não é hora de procurar culpados não é hora de responsabilidades, a gente vai ter que trabalhar à altura do que o momento histórico nos exige”, ressaltou Eduardo Leite.

Confira abaixo a coletiva de calamidade na íntegra:

Publicidade
Luana Cardoso

Atualmente atua como repórter de cidades, política e cultura. Editora da coluna Crônicas do Diário. Jornalista formada pela FIC/UFG, Bióloga graduada pelo ICB/UFG, escritora, cronista e curiosa. Estagiou no Diário de Goiás de 2022 a 2024.