21 de dezembro de 2024
Goiânia

Músico do Heróis de Botequim desenvolve síndrome rara após contrair covid

Guilherme Noleto sofre com síndrome pós-covid. (Foto: Reprodução/Facebook)
Guilherme Noleto sofre com síndrome pós-covid. (Foto: Reprodução/Facebook)

Guilherme Noleto Alves, músico da banda de samba Heróis de Botequim, é mais um retrato das sequelas deixadas pelo coronavírus. Em agosto, ele, que tem 37 anos de idade, teve covid-19, se recuperou, mas o vírus deixou um estrago. Por conta da infecção ele desenvolveu a rara Síndrome de Guillain-Barré.

Guillain-Barré é uma doença autoimune que afeta os nervos após uma reação rara a agentes infecciosos. A síndrome se manifesta após uma infecção, como uma gripe. O corpo produz anticorpos para matar o invasor, mas tem uma resposta exagerada e desmedida. Aí, acaba atacando também células dos nervos periféricos, responsáveis pelo movimento dos músculos e sensibilidade dos nossos membros superiores e inferiores.

Cida Alves, amiga da família, conta que ele e a mãe, Nonô, tiveram covid, mas se recuperaram de forma diferente. “Ele sentia muito cansaço. O comprometimento do pulmão o afetava mais. Esse cansaço seguiu até que ele começou a apresentar outros sintomas”, revela.

Desde que piorou, o músico foi internado e está hospitalizado há 20 dias. Já houve dias em que deixou a UTI, mas hoje está em terapia intensiva no Hospital dos Acidentados, em Goiânia.

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De acordo com Cida, o início do tratamento foi penoso, mas evolui bem. “Já teve uma fase muito crítica. Tinha confusão mental, ficava muito agoniado. Mas isso foi controlado. Agora ele já não apresenta febre e está mais tranquilo. O caminho do tratamento está melhor”.

Ela conta que os médicos e familiares também estão otimistas ela recuperação de Noleto. “Apesar do diagnóstico de Guillain-Barré, ficamos animados, pois tem tratamento. É um prognóstico bom”, revela.

Familiares do músico também disseram que ele tem lutado contra infecções bacterianas que se deram após sua internação.

Vigília pelo músico

O Bloco Não é Não promove nesta sexta-feira (5), às 19h, uma vigília na porta do Hospital dos Acidentados pela saúde do músico. O grupo também tem se dividido para apoiar a família. Cida conta que há muita solidariedade entre todos.

“Isso é o mais importante. Perdemos colegas durante a pandemia e sabemos como é difícil. O Guilherme é muito jovem e querido por todos. Torcemos muito pela recuperação dele”, afirma.

Estudo encontrou ligação entre síndrome e covid

Um artigo publicado no periódico científico New England Journal of Medicine apontou que cinco casos da síndrome de Guillain-Barré associados à covid-19 foram identificados. O artigo apoia a ligação entre o vírus e as complicações neurológicas. Os casos ocorreram em três hospitais na Itália, de 28 de fevereiro a 21 de março. Houve um número estimado de 1.000 a 1.200 admissões de indivíduos com a doença no período.

O início dos sintomas da síndrome de Guillain-Barré nos cinco pacientes ocorreu 5 a 10 dias após o diagnóstico inicial da doença causada pelo coronavírus.


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