09 de agosto de 2024
Lênia Soares

Monte Carlo: Em depoimento, Cachoeira ironiza o Ministério Público e não responde perguntas

Descontraído, alegre, brincalhão, carismático e apaixonado. Foram as características captadas pela imprensa que assistiu o depoimento de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, na audiência de instrução e julgamento desta quarta-feira, 25. Jactancioso. Foi a característica captada pelos procuradores do Ministério Público.

 Em poucos minutos de depoimento, Carlos Cachoeira brincou, se declarou, aproveitou a oportunidade para trabalhar sua imagem e prejudicar a do órgão público. Uma lógica subversiva e audaciosa que foi parcialmente atingida. Ele não disse nada em prol das investigações, mas deixou seu recado e divulgou sua marca.

 Ainda no primeiro momento das indagações, quando o juiz abordava questões pessoais, Cachoeira disse não ter estado civil bem resolvido por “culpa” dos procuradores, a quem chamou de “justiceiros”. “Assim que o Ministério Público me liberar serei um homem casado. Me caso no primeiro dia de liberdade”, disse arrancando sorrisos empolgados de Andressa Mendonça, que assistia a audiência da primeira fila.

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Na continuidade, o réu afirmou que gostaria muito de responder as perguntas do juiz e até promover um debate “de alto nível” com o próprio MP. Por outro lado, ele não poderia aceitar corroborar com uma audiência que se utiliza de provas “inépcias” e “inválidas” para o julgamento. O acusado explorou o direito constitucional de permanecer em silêncio.

Cachoeira resenhou uma resposta em alguns momentos e recuou. “Ops! Não estou ficando em silêncio, né?” Um depoimento em tom de brincadeira. Um depoimento de brincadeira.

O juiz perguntou se ele gostaria de fazer alguma consideração. “Só quero dizer à Andressa que amo muito ela. Andressa, te amo”, continuou o réu. O juiz Alderico Rocha chamou sua atenção pela fuga ao tema questionado e pediu para que voltasse as questões abordadas na audiência.

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“Me sinto um leproso jurídico. Sofro pela imagem que foi divulgada a meu respeito. Uma hora tudo será esclarecido. Todos saberão quem é quem. Todos saberão quem eu sou.” Mandou seu recado.

A repercussão foi imediata. Na saída, jornalistas elogiando o carisma do contraventor e os procuradores com ar de indignação. O juiz terá 10 dias para proferir a sentença. A expectativa do MPF é de que a sentença seja protelada até o fim de agosto. Caso sejam condenados, a pena prevista para os réus é de 20 anos de cadeia.


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