07 de agosto de 2024
Cidades

Ministro do Trabalho defende regulamentação de inteligência artificial para evitar “estrago” no mercado

Segundo Luiz Marinho, caso não seja regulado, o recurso poderá provocar um estrago inimaginável no mercado
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu, nesta quarta-feira (1º), data em que é celebrado o Dia do Trabalhador, a regulamentação da inteligência artificial.

De acordo com Marinho, é necessário um debate ético global a respeito da temática, com o objetivo de evitar graves consequências. “Se não for regulada, a inteligência artificial vai provocar um estrago inimaginável no mercado de trabalho. Seja na comunicação, na tradução, no trabalho do teatro, do cinema, da educação. Na advocacia, no mundo judiciário, tudo isso vai ser atingido pela inteligência artificial, se não for regulado”, disse.

Conforme matéria publicada na Agência Brasil, o ministro cita como exemplo os serviços de autoatendimento nos supermercados e a substituição dos serviços feitos pelos bancários pelo atendimento automático.

“Hoje em dia, você entra no mercado e já tem as maquininhas de autopagamento. Cada vez que você usa, você está prestando o serviço para a empresa que está te vendendo. Então, além de explorado pelo seu consumo, você está prestando o serviço para ele, diminuindo o custo para ele, mas quantos empregos você eliminou?”, questiona.

Ele lembra que, há cerca de duas décadas, o país tomou uma decisão importante: a de não substituir o trabalho de frentistas e de cobradores de ônibus por soluções tecnológicas. “Pensar o emprego, o mercado de trabalho, as tecnologias e toda essa inovação tecnológica de forma regulada me parece o melhor caminho”, defende.

Regulamentação do trabalho de motoristas por aplicativo
Segundo a reportagem, um dos temas que já está em debate no país é a regulamentação do trabalho de motoristas por aplicativo. A proposta tramita na Comissão de Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados e deve ser encaminhada para votação em plenário no dia 12 de junho.

De acordo com Marinho, o governo admite mudanças no projeto de lei que trata da questão, desde que garanta os direitos dos profissionais. “Não há problema nenhum para o governo de ajustar o projeto, a única preocupação do governo é proteger os trabalhadores. As empresas terão que ser enquadradas, é disso que se trata a lei”, frisou.

Ele percebe que a rejeição dos motoristas à proposta vem diminuindo, à medida que o governo tem conversado com a categoria e explicado as mudanças propostas. Segundo o ministro, o governo garante que a proposta é mais vantajosa para os motoristas. “Posso garantir que, se aprovado do jeito que está, sem mudar nenhuma vírgula, com a remuneração mínima você vai levar mais dinheiro para casar com a jornada que você faz”, ponderou o ministro.

A média de remuneração no Brasil para esse tipo de trabalho é R$ 43 por hora, e o projeto prevê uma remuneração mínima de R$ 32,10 por hora. “Mas essa é a remuneração mínima e não máxima, igual venderam para os motoristas”, explicou Marinho, garantindo que a empresa que descumprir a determinação será fiscalizada e punida.


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