A candidatura de Henrique Meirelles, que ocupa o ministério da Fazenda, a presidente da República começa do zero, literalmente. Ele amargou um humilhante 0% – número arredondado – nas tabelas de apresentação da última pesquisa IBOPE (Veja o relatório completo, aquí ou https://goo.gl/r8Rh1M , página 9). Após a divulgação, o número 1 da economia brasileira divulgou que é pré-candidato para a eleição de 2018.
A incômoda situação de Meirelles na pesquisa IBOPE foi uma pancada nas pretensões do ministro. Ele perde para o fraco concorrente, deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), e para o apresentador de TV, Luciano Huck, que alcançou 5% das citações de provável voto de eleitores no cenário estimulado da pesquisa (Aquele em que os nomes são apresentados aos entrevistados para facilitar sua decisão).
A defesa da auto-candidatura de Meirelles indica que, se ele não falar que é candidato, outros não falarão. Mas, principalmente, o eleitor não reconhecerá no financista a possibilidade de citá-lo como preferência. Apesar da situação, hoje, o ministro dá um passo calculado.
Ele prevê que, a partir de agora, até abril do ano que vem, as indicações de melhoria no cenário econômico poderão adubar a candidatura do nome que poderá ser reconhecido como aquele que “salvou a economia” do Brasil. Ora, qual candidato poderia ter tal referência? Nenhum, certamente. Ele poderá, inclusive, tentar capitalizar os tempos de economia equilibrada do governo de Luís Inácio Lula da Silva quando era o presidente do Banco Central. Meirelles renunciou ao exercídio do cargo de deputado federal pelo PSDB-GO para dirigir a instituição, no primeiro governo do petista. Mas, para o eleitor, o governo de Lula era do petista.
Antes da filiação ao PSD, Meirelles era observado como um nome que poderia representar o PMDB na disputa para presidente. Ele foi descartado a partir do momento que optou pelo partido dirigido por Gilberto Kassab.
A visão de que o momento é favorável para um candidato reformista é perspectiva assimilada por Meirelles para sustentar sua candidatura. Ocorre que é exatamente essa orientação dada ao governo de Michel Temer (PMDB) que amarga a pior avaliação de todos os presidentes da história recente do Brasil. Os eleitores, em boa parte, perceberam que as reformas determinam custos altos, apesar de agradar ao setor empresarial, principalmente.
Meirelles fala bem com a elite econômica e empresarial, mas muito mal com os eleitores de perfil médio. E, foram eles que deram a opinião na última pesquisa IBOPE. O “economês” não convence o eleitor. Este, entende bem quando a economia vai bem ou vai mal. Ele vê quando há empregos disponíveis, quando há movimentação econômica, quando circula mais dinheiro ou quando tem mais comida no prato. Os números do ministro não chegam ao dia a dia do eleitor. Por enquanto, Meirelles é carta fora do baralho que tenta entrar no jogo.
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Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .