O agora ex-pré-candidato ao Senado por Goiás, Henrique Meirelles (sem partido), abandonou de vez o projeto político para o pleito em 2022. Pelo menos em território goiano. Em uma carta enviada à imprensa na tarde desta sexta-feira (01/04) ele comentou sobre sua desistência e sua trajetória desde o ano passado quando cumpriu agendas vislumbrando a pré-candidatura.
“Foi com muita honra que recebi pesquisas me apontando como um dos preferidos em uma eventual disputa ao Senado, demonstrando o quão profundas são as nossas ligações. Tenho orgulho de ser filho de Goiás”, pontuava. Mais cedo, ele havia anunciado a desincompatibilização do cargo de secretário da Fazenda em São Paulo e fora do PSB, até alimentava certa esperança de buscar outra legenda para a disputa de algum cargo por Goiás.
Não deverá ser o caso. Meirelles dá indicativos que os rumos estão distantes do solo goiano. “No entanto, entendo que posso contribuir mais, para Goiás e o Brasil, trabalhando por um plano econômico que recoloque o País no eixo da prosperidade, que deixe de vez no passado o medo da inflação e da recessão”, destacava. “Assim como contribuí como presidente do Banco Central e Ministro da Fazenda para superarmos obstáculos que muitos consideravam intransponíveis, quero agora contribuir para um programa de governo realista, que prometa só o que pode ser cumprido, e que permita aos brasileiros e aos goianos retomar o caminho do crescimento sustentável”, complementou.
O PSD trabalhava com a pré-candidatura de Henrique Meirelles ao Senado Federal desde seu retorno ao partido em junho do ano passado após um período pelo MDB quando foi candidato a presidência da República, em 2018. De lá para cá, teve sua pré-candidatura ao Senado confirmada e vinha trabalhando em agendas virtuais e eventuais encontros presenciais, aproveitando finais de semanas e feriados prolongados.
A demora na desincompatibilização de seu cargo na gestão do tucano João Doria em São Paulo, no entanto, começou a irritar integrantes da cúpula do PSD em Goiás. A princípio, o economista falava em abandonar o cargo e entrar de vez na campanha goiana em fevereiro. O prazo findou com Meirelles ainda em São Paulo, aumentando o clima de tensão.
O estopim se deu na última terça-feira (29/03). Meirelles não havia dado segurança que iria se descompatibilizar do cargo e o presidente estadual da sigla, Vilmar Rocha (PSD) entregou os pontos… e a paciência. Ali, ele já bateu o martelo e nos bastidores as fontes que o Diário de Goiás ouviu montaram um cenário de insustentabilidade na relação. Era questão de tempo para que a desistência fosse formalizada com a pré-candidatura ficando registrada apenas na história do tempo e das manchetes jornalísticas.