ESTE É UM TEXTO QUE PODERIA SER UM ROTEIRO DE UMA HISTÓRIA DA POLÍTICA QUE SERÁ CONTADA POR MUITO TEMPO.
Qual é a relação entre 30 votos de deputados estaduais hoje, 26, na votação sobre pedido do Superior Tribunal de Justiça, para processar o governador Marconi Perillo (PSDB) e portarias que deram servidores para o Poder Legislativo?
Por ter tudo, ou não…. mas.
Vejamos então o roteiro da questão.
CENA 1 – DOCUMENTO – DIÁRIO OFICIAL – QUINTA, 21.03.13
Por meio das Portarias nº 616 e 619/2013, o Secretário da Casa Civil, Wilmar da Silva Rocha, com ônus para os órgãos de origem, mantém à disposição da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (ALEGO), no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2013, 178 servidores.
Boa parte deles ocupantes, exclusivamente, de cargos em comissão no Poder Executivo.
É de se ressaltar que, de acordo com a fascinante falta de técnica legislativa do artigo 34 da Lei Estadual nº 10.460/88, sem falar em sua evidente imoralidade, é possível se colocar até 820,5 servidores à disposição do Poder Legislativo, com ônus para o Poder Executivo, avaliam fontes consultadas pelo Diário de Goiás.
A prática já foi questionada pelo Ministério Público de Contas em pelo menos duas representações. (Veja aquí, e aquí)
Qual o interesse público na disposição de 178 servidores do Executivo para o Legislativo, com ônus para o primeiro?
CENA 2 – INTERNA – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – TERÇA, 26.03.13, 15h00
Por 30 votos a 6, os deputados estaduais situacionistas derrubaram o Decreto Legislativo que analisava o pedido do Superior Tribunal de Justiça para processar Marconi Perillo (PSDB) e Alcides Rodrigues (PP) por causa de fatos denunciados na campanha eleitoral de 2006 em relação a abuso de poder econômico.
Alcides já responde sobre o fato na Justiça de Goiás, depois que perdeu o foro privilegiado.
O caso mais emblemático é o fato de que deputados da oposição a Marconi votaram a favor dele.
A votação foi secreta, conforme o regimento da Assembleia Legislativa.
Mas, na oposição, declararam que votaram pela aprovação da autorização do processo contra o governador:
– Francisco Gedda (PTN);
– Major Araújo
– Mauro Rubem (PT).
– Karlos Kabral (PT).
– Humberto Aidar (PT)
A dúvida no entanto recai sobre : Daniel Vilela (PMDB); José Essado (PMDB).
Eles disseram que votaram com a oposição e não com a situação.
Nenhuma dúvida recai sobre: Bruno Peixoto (PMDB); Luis Carlos do Carmo (PMDB); Paulo César Martins (PMDB). Eles teriam votado com a oposição, junto com Simeyzon Silveira (PSC).
O deputado Samuel Belchior (PMDB) teria saído da sessão e depois votado, mas a voltad para a votação secreta.
– Justificativas: Luiz César Bueno (PT) estaria em viagem.
Na sessão os deputados oposicionistas eram 12. Portanto, há seis nomes de deputados da oposição que teriam votado com o governo de Marconi.
CENA 3 – PALÁCIO DAS ESMERALDAS – DÉCIMO ANDAR
Comemoração total de uma vitória que já seria segura com os votos dos deputados governistas, mas foi muito além da expectativa.
Além de uma vitória política, o resultado conseguiu dividir o principal partido da oposição.
CENA 4 – REDES SOCIAIS – NOITE.
Entre os muitos tuiteiros que comentaram sobre a vitória marconista e a derrota da oposição, a deputada federal Iris de Araújo disse; “A inércia da oposição, o interesse privado em detrimento do público,pode fazer com que choremos lagrimas amargas no futuro. Estou muito velha para fazer de conta que não ouvi o que não me agrada ,dizer o que não penso e rir do que não tem graça”.
O ex-secretário geral do PMDB, Kid Neto, disparou: “A mim não importa onde estejam, se não respeitam e não honram seu Partido, não merecem respeito e consideração”.
CENA 5 – PRÓXIMOS CAPÍTULOS
..vem aí… a repercussão.
EM BREVE… estréia nos cinemas: o dia que Marconi deu um baile na oposição.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .