“João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém…”
Ops! Divaguei. Eu ia dizer outra coisa:
Cachoeira provoca Marconi que provoca Iris que provoca Goiás: “Juntos, mudaremos o futuro deste Estado.” E não provocam ninguém.
O jogo da sucessão de 2014 já começou. O povo está no jogo. Surpreendentemente, o povo tem o jogo nas mãos e os candidatos nos pés.
De agora em diante, cada um luta com a arma que tem.
O eleitor, com o voto. O contraventor, com as informações. O governador, com a máquina. O adversário, com projetos.
E assim as coisas acontecem. Assim é que Cachoeira chama o governador para a briga, e este se cala. O governador chama o adversário pro pleito, e Iris… Bem, Iris quebrou o script e ‘caiu pra dentro’.
“Não posso ficar fora da disputa de 2014. O Estado precisa de mim. Ficar distante das próximas eleições seria o mesmo que contrariar o dom que Deus me deu. Deus me fez político. Eu sou político. E vou lutar com todas as minhas forças pelo bem de Goiás”, bradou, em alto e bom tom, o ex-governador Iris Rezende no encontro do partido em Catalão, neste sábado, 27.
As declarações de Iris afagaram os corações aflitos de militantes peemedebistas que compunham o auditório. “Todos esperávamos a participação do ex-governador. Só a indecisão pode derrotar o PMDB”, afirmou o deputado federal Sandro Mabel.
Nos últimos dias, Marconi também se entusiasmou. Contra Iris, ele imagina resultados. A população, por outro lado, insiste no discurso do novo.
A grande questão é que o novo, em Goiás, tem que ser reinventado. O que era novo já se fez mais velho que o velho que deveria suceder.
O novo ainda não existe além das novidades do velho cenário atual.
E o que parece travar a renovação política em Goiás é a falta de originalidade, personalidade, liderança e, principalmente, os interesses cruzados de gente de um lado e outro amarrados dos dois lados. E ainda há os que possuem os pés em duas canoas. Goiás…
Os políticos goianos, de maneira geral, preferem ficar atrelados a um líder estabelecido, em vez de buscar um caminho próprio. Ou ligados a dois, três ao mesmo tempo. Na prática, ninguém inspira confiança.
Por pragmatismo, ou puro comodismo, o mais fácil é escolher um lado, em vez de abrir nova picada, e conversar com o outro, para ver no que dá. Firmar posição e arcar com as consequências? Que nada. Melhor ficar na oposição e ter cargos no governo, ou manter-se ligado ao governo mas flertando com a oposição.
Lamentável, mas é preciso dizer: o que temos pra hoje, de novo, é um Marconi Perillo que nunca esteve tão fraco e um adversário que nunca esteve tão forte, apesar da idade. E os dois, nunca estiveram tão aquecidos.
Está tudo renovado, do mesmo jeito.
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