O ex-prefeito de Goiânia Maguito Vilela faria, hoje, 72 anos. Nascido em Jataí, em 24 de janeiro de 1949, o político acabou não vencendo a guerra contra um inimigo invisível, um vírus que lhe abreviou a vida em 13 de janeiro deste ano. A primeira-dama de Aparecida de Goiânia, Mayara Mendanha, lembrou da data externando o carinho que tinha por Vilela.
“Hoje seria seu aniversário, meu amigo Maguito Vilela. Pena que Deus te levou antes da hora. Tínhamos esperança da sua recuperação. Mas, como bem diz o benzinho Gustavo Mendanha, sua lembrança e seu legado ficarão pra sempre em nossa memória. Fica também nosso carinho e amor por ti, amigo. Sentimos e sentiremos sua falta. Descanse em paz”, diz texto publicado nas redes sociais de Mayara.
Maguito havia ocupado praticamente todas as funções políticas existentes, de vereador a senador e governador. “Era um craque”, inclusive nas quatro linhas dum campo de futebol. Era também advogado, mas foi mesmo na política que ele despontou como uma das maiores forças políticas do país. Deixou o futebol, não obstante, não abandonou essa paixão, conciliava a política e o mundo esportivo. Isso lhe rendeu grandes amizades no mundo da bola e a prova disso foram as tantas mensagens de carinhos que lhe foram proferidas por tantas pessoas ligadas ao esporte.
O principal narrador esportivo do país, muito discreto em sua vida pessoal, fez questão de gravar um vídeo, emocionado, falando do laço de amizade que tinha com Maguito. Galvão Bueno disse que perdeu uma pessoa muito querida.
“Essa terrível pandemia nos dá uma pancada a cada dia. Hoje eu perdi uma pessoa muito querida. Não costumo ter amigos políticos… Amigos de verdade… Maguito Vilela foi uma rara exceção. Ele veio do mundo do futebol. Foi centroavante em Jataí, Goiás antes da carreira política e do futebol ele trouxe os ensinamentos básicos do esporte: ser competitivo, ter lealdade, lutar pelas vitórias mas entender que algumas derrotas são inevitáveis”, disse.
O técnico Vanderlei Luxemburgo também pelas redes sociais expressou seus sentimento em relação à perda de Maguito. Disse que perdeu um amigo pessoal.
“Oi, estou aqui para lamentar a morte de meu amigo pessoal, um grande amigo, governador de Goiás, prefeito de Aparecida, Maguito Vilela, amigo de longo tempo, amigo fiel, amigo correto, amigo que todo mundo quer ter. Quero lamentar que essa covid está levando muita gente próxima, amigo, parentes. E eu vejo com muita tristeza o desleixo dos governantes em querer brigar politicamente para ver quem é que vai começar vacinar, quem é que vai, quem é que não vai. E as pessoas morrendo e eles não estão nem aí. Maguito, que Deus te receba, que sua família fique bem, seja confortada e vá com Deus, amigo”, pontuou.
Maguito foi diagnosticado com a covid-19 em 20 de outubro, durante a campanha política para a prefeitura de Goiânia. Dois dias depois deu entrada em um hospital de Goiânia. Depois a família optou por transferi-lo para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Durante esse período foram quase 90 dias de agonia para a família e apoiadores do político. Os boletins eram divulgados quase todos os dias sem mudanças no quadro de saúde do paciente. Veio o dia do pleito e Maguito acabou vencendo, tornando-se prefeito de Goiânia e, internado ainda, sem saber que havia sido escolhido pela maioria da população para governar a capital de Goiás. Uma funcionária do hospital teria contado ao paciente que ele era o prefeito de Goiânia, Maguito teria absorvido aquela mensagem com felicidade e respondido à funcionária com lágrimas.
Veio a posse do prefeito, ele ainda internado, e, em seguida, a licença autorizada pela Câmara Municipal de Goiânia. No dia 13 do primeiro mês de 2021, às 4h40, veio a notícia da morte. Goiás acordou com o noticiário informando que Maguito havia falecido. Durante todo aquele dia 13, mesmo ante uma pandemia que já deixou mais de 200 mil mortes no Brasil, inda assim milhares de pessoas foram às ruas acompanhar o cortejo e dar o adeus ao prefeito. Pelas ruas era possível ver crianças, jovens, velhos, mulheres e homens com bandeiras, placas e objetos que lembravam Maguito. Era a forma humilde, mas verdadeira, de as pessoas darem um ‘até breve, prefeito!’
Daniel Vilela acompanhou o pai durante a campanha e depois de muito trabalho e de saírem vitoriosos foi assaltado pelo baque de perdê-lo. No dia do falecimento de Maguito, Daniel resumiu o sentimento — ou tentou — que tinha pelo pai: “O meu impecável pai, Maguito, o maior exemplo e minha maior referência”, foram as palavras de Daniel.
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