Na primeira reunião que teve com os 27 governadores em sua gestão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou que as forças de segurança vão se empenhar em identificar principalmente, os financiadores dos movimentos antidemocráticos que desde o fim das eleições se instalaram em portas de quartéis e praças pelo Brasil insatisfeitos com o resultado das eleições. Ele disse que não adotará políticas autoritárias, mas ‘não será morno’ e garantiu que não vai permitir que um golpe aconteça.
“Vamos investigar e vamos chegar a quem financiou e eu tenho certeza que vamos descobrir”, garantiu fazendo referência a frota de veículos que abasteciam os acampamentos. “Aqueles caminhões, chegavam 80 deles, desses novos e não era motorista autônomo. Certamente era dono de empresas. Essa quantidade de ônibus que tá aqui certamente não veio de graça. Alguém pagou”.
LEIA TAMBÉM: Terroristas provocam caos e vandalismo e depredam prédios dos 3 poderes em Brasília
Lula ainda destacou o tom golpista das manifestações, que não tinham outra missão senão contestar o resultado das eleições. “Não tinha pauta de reivindicação. Eles queriam golpe e golpe não vai ter”, assegurou.
O petista ainda destacou os nuances que um regime democrático impõe. “A democracia é a coisa mais complicada da gente fazer porque obriga a gente suportar e conviver com quem não gostamos e quem não nos demos bem, mas é o único regime que permite que todos tenham chances de disputar e quem ganhar ter o direito de governar”, pontuou.
Ao encerrar o discurso, Lula foi republicano. “Quero agradecer a vocês, do fundo de coração, o gesto de vocês é uma demonstração de que neste país é possível tudo. É possível discordar, fazer passeata, fazer greve. A única coisa que não é possível é alguém querer acabar com a nossa democracia que tanto sofreu já com o golpe da presidenta Dilma”, finalizou seu discurso confirmando um novo encontro no dia 27 de janeiro, data que estava reservada inicialmente para a primeira reunião.
Na sequência, Lula se dirigiu junto com os governadores e ministros do Supremo Tribunal Federal para a sede do Poder Judiciário, onde fizeram uma vistoria no prédio, destruído por terroristas. De mãos dadas, o ato foi tido pelos presentes como emblemático. O vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), representou o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que estava de licença médica na reunião.