21 de novembro de 2024
África • atualizado em 27/08/2023 às 09:13

Lula defende reforma do Conselho de Segurança da ONU, em Angola

“Qual é a representação da África no Conselho de Segurança? Qual é a representação da Ásia, da América Latina? Deixamos claro que defendemos que o Brasil entre no Conselho de Segurança, a Índia, a Alemanha, o Japão. Há divergências, mas não são nossas”, completou Lula.
Lula destacou a necessidade de ampliar a composição do Conselho de Segurança da ONU. Foto: Divulgação
Lula destacou a necessidade de ampliar a composição do Conselho de Segurança da ONU. Foto: Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), expressou no último sábado (26), seu apoio a uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante uma coletiva de imprensa no último dia de sua visita a Angola, Lula argumentou que a ONU não representa mais sua intenção original. Segundo ele, a credibilidade da Organização em 2023 está muito distante da que tinha em 1945.

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 “O Conselho de Segurança, que deveria ser a segurança da paz e da tranquilidade, é o que faz a guerra sem conversar com ninguém. A Rússia vai para a Ucrânia sem discutir no Conselho de Segurança. Os Estados Unidos vão para o Iraque sem discutir no Conselho de Segurança. A França e a Inglaterra vão invadir a Líbia sem passar pelo Conselho de Segurança. Ou seja, quem faz a guerra, quem produz arma, quem vende armas são os países do Conselho de Segurança. Está errado.”, reafirmou o presidente.

Ampliação do Conselho de Segurança

Lula questionou a falta de representação da África, Ásia e América Latina no Conselho e defendeu a inclusão de nações como Brasil, Índia, Alemanha e Japão. Ele alegou que, apesar de possíveis divergências, é uma medida necessária para garantir uma representação mais justa e equilibrada.

“Qual é a representação da África no Conselho de Segurança? Qual é a representação da Ásia, da América Latina? Deixamos claro que defendemos que o Brasil entre no Conselho de Segurança, a Índia, a Alemanha, o Japão. Há divergências, mas não são nossas”, completou Lula.

O presidente Lula também apontou para a questão climática, onde acordos firmados nas Conferências das Partes (COP) frequentemente não são implementados, devido à ausência de um mecanismo de aplicação robusto. Ele exemplificou a situação ao afirmar que a ONU não possui autoridade suficiente para impor ações concretas e responsabilizar os Estados Membros.

Dívida africana

Além disso, o presidente enfatizou a necessidade de repensar a dívida do continente africano, de US$ 760 bilhões a serem pagos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que continua a crescer sem perspectiva de pagamento. Lula propôs que os recursos destinados ao pagamento dessa dívida fossem redirecionados para investimentos em infraestrutura, a fim de impulsionar o desenvolvimento desses países.

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 “Essa dívida vai ficando impagável porque o dinheiro do orçamento nunca dá pra pagar e o problema vai sempre aumentando. Qual é a lógica? É tentar sensibilizar as pessoas que são donas dessas dívidas para que elas sejam transformadas em apoio à infraestrutura. O dinheiro da dívida, ao invés de ser pago, seria investido em obras de infraestrutura”, disse.

Lula encerrou sua visita a Angola e partiu para São Tomé e Príncipe, onde participou da Cúpula dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A cerimônia de despedida em Luanda marcou o fim de sua estadia, sendo esta sua primeira visita ao continente desde o início de seu terceiro mandato.

Fonte: Agência Brasil.


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