O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em entrevista ao Uol nesta quinta-feira (30), que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, era um “juiz medíocre”. Lula teve a prisão na Lava Jato determinada pelo então juiz Moro, no caso do triplex do Guarujá.
“O Moro era um juiz medíocre. Ele é resultado de 20 minutos todo dia no Jornal Nacional inflando ele. Ele poderia ter pedido desculpas e ter assumido que me julgou politicamente. Sem a toga, ele não é ninguém e é isso que ele vai aprender agora”, disparou.
Durante a entrevista, Lula também criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal (PF). Conforme o ex-presidente, “a troca de um delegado não pode ser nenhum absurdo”.
“Não pode um único juiz da Suprema Corte tomar atitude de evitar. Não podemos permitir que as instituições ajam politicamente. Que a pessoa prove que o delegado tem um ilícito, aí sim ele está correto [em barrar a nomeação]”, afirmou Lula.
Para o petista, a autoridade do presidente é maior e, por isso, Bolsonaro deveria ter o direito de indicar quem quisesse para cargos, exceto se a pessoa “cometeu algum desvio”.
“O presidente da República tem mais autoridade para indicar o delegado do que o ministro. Afinal de contas, foi o presidente da República que foi eleito. […] Se ele [Ramagem] cometeu algum desvio, obviamente que não poderia mesmo assumir. Mas é preciso que a gente seja preciso, porque um dia você pode ser presidente e você pode querer indicar uma pessoa que você conheça para um cargo e alguém vai dizer que não pode indicar.”