Matheus Henrique Aprígio Ramos, filho do empresário Carlinhos Cachoeira, conseguiu na justiça uma liminar que mantém contrato com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) para construção de um shopping no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia). A liminar foi concedida pela juíza Elaine Christina Alencastro Veiga Araújo, da 3a. Vara Cível da Comarca de Anápolis. A decisão foi publicada neste sábado (27).
Caso a decisão seja descumprida, o órgão deverá pagar multa diária de R$ 10 mil, cobrança limitada em 30 dias. A transação havia sido suspensa depois que o deputado estadual Humberto Teófilo (PSL) levantou suspeitas de favorecimento, por parte da estatal, supostamente em benefício da empresa ETS Emprendimentos, mantida por Matheus.
Entenda o caso
A Codego fez a cessão de dois terrenos à Empresas ETS, de Matheus Henrique Aprígio Ramos. A intenção era de que um shopping fosse construído no local, mas houve distrato do negócio no último dia 2. Pelo acordo fechado ainda no governo anterior, a estatal cederia o terreno e em troca a empresa construiria a sede 3ª Delegacia Regional da Polícia Civil. O prédio já foi inaugurado e está em uso.
A Codego é o órgão estadual responsável por fazer a gestão de terrenos do Daia e fez a negociação de duas áreas de 22 mil metros quadrados por R$ 53.424,62. A companhia teria ignorado parecer do ex-presidente da instituição, Pedro Sales que hoje está na Goinfra e da Controladoria Geral do Estado (CGE).
Os pareceres dele e da CGE apontam, entretanto, que a área está avaliada em R$ 5 milhões e que a ETS, para fazer a aquisição, deveria fazer uma demonstração de capacidade financeira. A decisão judicial favorável a Matheus indica que a empresa tem sim capacidade financeira.
A crise na Codego contribuiu para o desligamento de Marcos Cabral da presidência do órgão, embora ele tenha assumido cargo de assessor Especial da Governadoria. Hugo Goldfeld, que era diretor da Saneago, assumiu o lugar dele.