16 de novembro de 2024
Eleições 2012

Jovair Arantes pode esvaziar base de Paulo Garcia

Aos 45 minutos do segundo tempo, Marconi Perillo (PSDB) ainda pode definir o rumo das eleições municipais. Na Capital, as escalações não foram concluídas. Falta pouco. Quem dará a última cartada é o próprio governador ao eleger internamente o nome da base estadual. Fábio Sousa (PSDB) ou Jovair Arantes (PTB), as duas opções que permanecem com força no jogo. Uma escolha pelo partido ou pela situação. Entrar com maior ou menor risco de derrota.

 São dois pesos e duas medidas. Fábio Sousa representa a volta do partido para a disputa eleitoral em Goiânia. Os tucanos, que não vêem a cor da canetada municipal desde Nion Albernaz, estão afoitos pelo poder do Executivo goianiense. Fábio sonha com essa disputa há muitos anos, mas não conseguiu convencer mais que seus fieis.

Desta vez, seu nome foi escolhido pelo partido. Pelo menos, foi o que sobrou, como disse Nion. Agora é preciso montar a coligação. Neste quesito, o bispo perde para o deputado federal Jovair Arantes. O deputado tem mais influência e experiência em negociações políticas.

Caso Marconi opte por apoiar a candidatura de Jovair, ganhará no pacote um partido forte que atualmente pertence à base da prefeitura municipal, o PSB. A condição de apoio ao petebista vem de âmbito nacional. Eduardo Campos, presidente nacional do partido socialista, já teria assegurado apoio ao deputado federal, em um acordo de bastidores. Eles alimentam uma boa relação política, de trocas interessantes, há algum tempo.

Com a candidatura de Jovair, o pleito pode ter um candidato a menos. José Batista Júnior, o Júnior Friboi, já declarou apoio a Paulo Garcia, mas seus aliados no PSB têm articulado – sem que ele desautorize – uma chapa concorrente à do petista. A insatisfação com o prefeito existe e é grande. Apoiar um candidato da base do governo pode ser lucrativo para o ex-secretário estadual.

Jovair se reforça como uma opção capaz de atrapalhar a reeleição de Paulo. Enquanto o prefeito segue tranquilo, sem definições, sem ações eficientes e com discurso de vitória antecipada – por W.O., comemoram seus seguidores –, sua base vai se esvaziando, aos poucos, e nomes importantes para a disputa mudam suas posições.

Vanderlan Cardoso, que se deixou o PMDB na última semana, também manifestou descontentamento com Paulo. Ele chegou a articular com Friboi um possível nome que pudesse convergir os interesses dos partidos que apoiaram Vanderlan nas eleições de 2010. Os resultados dessa articulação também devem esperar a decisão de Marconi. Vanderlan só apoiará o PSB na oposição estadual. “Continuarei fazendo oposição ao governo tucano, independente do partido”, antecipou o ex-peemedebista na sua saída do PMDB.

Depois de tantas ameaças e recuos, pode ser a vez de Jovair. Ou vai, ou perde toda credibilidade. Sua candidatura é praticamente certa, só falta definir com o apoio de quem. Sua trajetória política teve início em 1989, como vereador em Goiânia. De lá pra cá, foi deputado estadual, vice-prefeito e está no quinto mandato de deputado federal. “Não há muito tempo para ser prefeito”, já afirmou o deputado.

Jovair pode vir aí. E, se vier na base do governo, virá forte. Talvez consiga fazer Paulo se mexer.


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