Um jogo online que promete ganhos altos e em curto período tem chamado a atenção policial. Diversos influenciadores e supostos ganhadores tem usado sua relevância nas redes sociais para mostrarem os ganhos no Jogo do Tigre, mas que tem gerado prejuízo para várias vítimas. O que deveria ser apenas uma diversão, na verdade, se trata de um esquema criminoso de apostas que utiliza influenciadores para aliciar o público, o convencendo a apostar dinheiro.
O influenciador Du Campelo, por exemplo, foi preso no dia 19 de novembro por, justamente, divulgar e induzir a prática da aposta no Jogo do Tigre. “Olha aí, minha rapaziada. Ex-motoboy comprando carro de R$ 1 milhão”, mostrou.
Além de Eduardo Campelo, outros dois influencers também foram presos no Paraná. Conforme noticiado no Fantástico, a divulgação do enriquecimento repentino despertou interesse da polícia do Estado. Segundo o delegado da Polícia Civil do Paraná, Thiago Dantas, não é normal que “pessoas comuns” apareçam com carros importados e viagens internacionais em um curto espaço de tempo.
Diferente do que era postado nas redes sociais, o lucro não vinha do Jogo do Tigre em si, mas da divulgação dele. Nas plataformas, as pessoas se inscrevem, depositam um dinheiro e apostam, com a promessa de que o valor iria se multiplicar cada vez mais. Entretanto, os ganhos eram para os influenciadores, que recebiam entre 5 e 15 mil por campanha de sete dias.
Nessas campanhas, os influenciadores davam dicas sobre como jogar o Jogo do Tigre, além de fazer promoções e rifas eletrônicas para conquistar participantes. A cada novo cadastrado, a polícia afirmou que os que divulgavam recebiam entre R$ 10 e R$ 30.
Suspeita de lavagem de dinheiro
Além dos ganhos por meio do Jogo do Tigre e outros jogos de azar, o Fantástico afirmou que os influenciadores estão sendo investigados por suspeita de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. De acordo com o delegado Thiago Dantas, o fato de divulgarem o jogo já caracteriza o ilícito e tem responsabilidade penal.
“Há relatos de algumas pessoas que entraram em contato conosco no sentido de que teriam efetivamente ganhando uma certa quantidade, mas a plataforma não pagou esse valor”, diz o delegado do Paraná”, afirma.
A estimativa da polícia é que o grupo tenha movimentado R$ 12 milhões em seis meses.