12 de setembro de 2024
Lênia Soares

Iris Rezende, calado, é o maestro da eleição

Em momento de pré-campanha eleitoral, discurso é amparo aos que precisam de pavimento para suas postulações. Um contexto em que acrescentam-se ainda as necessidades de peregrinação pelo interior, convencimento do eleitorado e formatação de uma imagem que adeque o candidato aos anseios da população.

Caso que não enquadra o ex-governador Iris Rezende (PMDB).

O líder peemedebista já conta com uma candidatura pavimentada. Seu nome, imagem e reputação política têm consolidação no inconsciente do eleitor.

O histórico de 55 anos de vida pública permite que Iris permaneça calado e seja lembrado por goianos que presenciaram a construção de mil casas em um dia, na Vila Mutirão, ou que tiveram seus bairros asfaltados e arborizados durante sua gestão na Prefeitura de Goiânia.

Ele é notado por eleitores de 1998 (quando foi derrotado para o governo), que queriam a mudança naquela época, e de 2004, que acreditaram em sua experiência para o progresso da Capital goiana, elegendo-o novamente prefeito.

Com desgastes e vantagens, Iris foi quem saiu à frente em duas pesquisas eleitorais publicadas nos últimos meses e ficou em segundo lugar na última, do instituto Fortiori, divulgada pelo jornal Diário da Manhã há duas semanas.

É calado que ele continua sendo a maior ameaça ao governador Marconi Perillo (PSDB), no ápice de suas ações como Chefe do Executivo.

A polarização se estabeleceu entre o tucano, que trabalha com agenda intensa de entrega de obras bilionárias pelo Estado, e o peemedebista, que assiste nos bastidores sem conceder entrevistas ou se antecipar na disputa.

A liderança de Iris já foi conquistada. E conquistada no grito, diga-se de passagem. O benefício do silêncio é fruto da voz ativa de outrora. Voz que ecoa agora na opinião pública.

A participação no debate seria interessante para Iris se fosse este um debate propositivo. Se existisse nele mais ideias e menos fígado.

As divergências salutares, daquelas que enaltecem as discussões e esclarecem o cidadão, não marcam o momento político atual.

E assim, com o silêncio, Iris faz prosa e poesia da eleição.

É cotado por segundos e terceiros, almejado por quartos e temido por todos.

Com o poder de decisão em mãos, seu maior desgaste hoje é com a própria consciência. Entrar ou não em mais um pleito voraz, que atingirá, sem sombra de dúvidas, amigos e inimigos de todos os âmbitos de sua vida?

Se a escolha não é de Iris, que seja da oposição.

Entrar para ganhar ou para perder a eleição?


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