O ex-governador Iris Rezende e o empresário Júnior Friboi estão em guerra aberta no PMDB. Situação que não aparenta ser benéfica. Não aparenta. Pois os fatos só confirmam o dito popular de que “nem tudo que parece, é”.
Apesar das críticas que expõem divisão nas páginas dos jornais, os ânimos revoltos, os arroubos juvenis e os brados espontâneos estão acendendo o símbolo de um partido que, mesmo em crise, é o maior de Goiás. Na entrelinha do racha exposto arde a chama da luta pela (re)conquista do Palácio das Esmeraldas.
Nos últimos meses, e especialmente nas últimas semanas, nunca se falou tanto do PMDB e de uma perspectiva de vitória real, palpável. Os fatos diários criados pelo murmurinho dos incomodados colocaram os peemedebistas no topo do ranking das pautas jornalísticas.
Os defeitos dos líderes na disputa carregam em si virtudes latentes. Iris velho? Iris experiente. Friboi endinheirado? Estrutura de campanha. Lideranças adormecidas? Gritos irrompidos pela emoção de uma disputa iminente.
E assim caminha o PMDB. Longe da estagnação. Livre do retrocesso.
Deficiente de habilidade política, traquejo e articulação, Friboi foi a campo. Se movimentou como pode, buscou assessoria preparada e investiu em seu projeto. Com todas as dificuldades, o empresário não esperou o tempo passar.
Como pré-candidato, Júnior deu entrevistas. Distante do julgamento sobre desastres e trapalhadas, o debate girou em torno dele. O partido se mexeu. O PMDB se manteve vivo.
A figura de Iris nos bastidores igualmente sempre provocou controvérsia, conversas e especulações. Calado, o líder peemedebista, falou mais que qualquer político com mandato no Estado.
De seu escritório, Iris Rezende provocou uma intensa peregrinação de representantes que buscam solução para um pleito a vista.
As ações do governo estadual tiveram que se contentar com o espaço das notas. As manchetes foram roubadas pelo polêmico PMDB.
No dia da renúncia, marcado para ser de Antônio Gomide, as capas estamparam Iris. Ele agiu no seu tempo e fez ser a hora certa. Colocou em xeque os demais pré-candidatos e convidou o PT para uma nova conversa.
A perspectiva, agora, é: como unir os três em uma chapa majoritária?
E as articulações se intensificam em prol desse imbróglio que se revela benéfico para a oposição.
O próximo passo também se mostra bom. O partido tem que ir atrás de alianças, procurar lideranças empresariais e políticas. E aqui se alimenta o discurso de renovação.
Iris, mais do que nunca, está se mexendo. Friboi está se mexendo. O PMDB está em movimento e incomodando o adversário. Rachado, ele está vivo e firme na disputa. Está inteiro em busca da vitória.
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