Em novembro do ano passado o governo Bolsonaro recebeu um segundo pacote com joias que foi enviado pelo governo da Arábia Saudita, segundo o jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso ao recibo oficial.
O pacote composto por relógio, caneta, abotoaduras, anel e um rosário, todos da marca suíça de diamantes Chopard, supostamente foi destinado a Bolsonaro. O pacote estava na bagagem de um dos integrantes da comitiva e não foi interceptado pela Receita.
Conforme o recibo, no dia 29 de novembro o assessor especial do Ministério de Minas e Energia Antônio Carlos Ramos de Barros Mello entregou os itens ao Palácio do Planalto. Também consta a assinatura do coordenador do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, Erick Moutinho Borges, responsável pelo recebimento, na época.
As joias foram supostamente enviadas como presente pelo governo da Arábia Saudita em outubro de 2021, quando o então ministro Bento Albuquerque representou o presidente Jair Bolsonaro (PL) em agendas oficiais no país.
À Folha, o assessor disse que as joias foram entregues somente no final do passado porque demorou definição do processo sobre quem iria receber e onde iria ficar.
“Foi entregue ao Planalto em novembro de 2022 porque demorou-se muito nesse processo para dizer quem vai receber quem não vai receber, onde vai ficar onde não vai ficar. Só não podia ficar no ministério nem ninguém utilizar”, afirmou Mello.
Também acrescentou: “O que foi apreendido foi apreendido, mesmo dizendo que se tratava de presentes institucionais. Uma parte a Receita resolveu apreender. Não vou discutir. É um problema que não cabe a gente. E o restante que veio [para o ministério] foi entregue e recebido pela Presidência”.
Um outro estojo contendo joias avaliadas em 16,5 milhões foi apreendido por agentes da Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por não terem os valores declarados. Integrantes da equipe de Bolsonaro afirmam que as joias apreendidas também seriam incorporadas ao acervo público.
O governo Bolsonaro atuou para tentar reaver os itens junto aos agentes que atuaram na apreensão. No último sábado (4), a Receita afirmou que, mesmo sob orientações, o governo do ex-presidente Bolsonaro (PL) não tentou regularizar nem apresentou um pedido fundamentado para incorporar ao patrimônio público as joias retidas.
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