08 de agosto de 2024
Rio Grande do Sul • atualizado em 24/06/2024 às 19:46

⁠Governador do RS afirma que volume de doações pode prejudicar comércio local

Governador alega que doações são bem vindas, mas que é preciso caminhos para as doações serem adquiridas dos pequenos comerciantes locais
Segundo pesquisa, 68% dos entrevistados atribuem a maior responsabilidade pela calamidade ao governo estadual. (Foto: Reprodução).
Segundo pesquisa, 68% dos entrevistados atribuem a maior responsabilidade pela calamidade ao governo estadual. (Foto: Reprodução).

O governador do Rio Grande do Sul (RS), Eduardo Leite (PSDB), em entrevista à rádio Bandnews FM, afirmou na terça-feira (14) que, ao ter um volume tão grande de doações físicas chegando ao Estado, há um receio que isso prejudique o comércio local. Ou seja, o governador considerou que os mercados que não foram atingidos estão funcionando e há caminhos para as doações serem adquiridas dos pequenos comerciantes locais.

“O reerguimento desse comércio fica dificultado na medida em que você tem uma série de itens que estão vindo de outros lugares do país. Eu não quero aqui, pelo amor de Deus, ser entendido como alguém que está desprezando isso. Pelo contrário, as doações são muito bem recebidas. Mas isso também gera uma preocupação aqui para nós, sobre os impactos no comércio local aqui do Rio do Sul”, citou o governador.

Governador do RS diz que volume de doações pode prejudicar e depois que se expressou mal

A fala polêmica não foi muito bem recebida entre os internautas que criticaram a fala do governador. Alguns também afirmam não estar sendo compensatório adquirir no mercado local, pois os comerciantes estão se beneficiando da “oferta e demanda”.

Nesta quarta ele divulgou um vídeo reforçando que não se expressou bem e acabou mal interpretado. Leite apelou pela continuidade da mobilização para abastecer a população gaúcha.

Responsabilidade estadual

Vale destacar que o governador tem recebido críticas desde o início da crise ambiental no Rio Grande do Sul. No início do mês, uma pesquisa conduzida pela Genial/Quaest revelou que 68% dos entrevistados atribuem a maior responsabilidade pela calamidade ao governo estadual. Por outro lado, 20% dos entrevistados consideram que o governo tem pouca responsabilidade, enquanto 12% acreditam que não possui nenhuma.

A pesquisa, que contou com a participação de 2.045 entrevistados em 120 municípios de todo o país, foi realizada entre os dias 2 e 6 de maio. Sua margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Boletim Rio Grande do Sul

Conforme o boletim atualizado ao meio-dia desta última terça-feira (14), o estado confirmou mais uma morte decorrente das fortes chuvas no estado, e o número de mortos chega a 148. Até o momento, 124 pessoas estão desaparecidas. O total de desalojados pelas enchentes chega a quase 540 mil (538.545) pessoas. E os efeitos dos temporais já são sentidos por dois em cada dez moradores do Rio Grande do Sul.

O mais recente boletim aponta que 2.124.203 de pessoas são afetadas pelas chuvas, do total de 10,88 milhões de habitantes do estado, conforme apurado no Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), correspondendo a 19,47% da população. Em todo o estado, 89,7% do total de 497 municípios sofrem direta ou indiretamente com as consequências dos eventos climáticos. O número chega a 446 cidades atingidas.


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