15 de junho de 2025
1º CASO

Após caso de gripe aviária em granja gaúcha, China e UE suspendem importações de frango por 60 dias

Primeiro caso de gripe aviária em granja foi confirmado pelo Ministério da Agricultura; status de emergência dura 60 dias no mínimo; Ministério declarou estado de emergência zoossanitária
Ministério confirmou caso de gripe aviária no Sul e adotou medidas sanitárias - Foto ilustrativa / arquivo / Agência Brasil
Ministério confirmou caso de gripe aviária no Sul e adotou medidas sanitárias - Foto ilustrativa / arquivo / Agência Brasil

Um foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), mundialmente conhecida como gripe aviária, em uma granja comercial instalada no município de Montenegro, no interior do Rio Grande do Sul, levou automaticamente à suspensão do contrato de compra de carne de frango brasileiro pela China e pela União Europeia (UE), grandes importadores do produto nacional.

A informação foi confirmada nesta sexta-feira (16) pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Essa é a primeira vez que o vírus foi identificado em culturas comerciais de aves no Brasil. Como sua circulação é quase restrita a animais, a transmissão para humanos é fato raro. Além disso, a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos

O ministério declarou estado de emergência zoossanitária por 60 dias em uma área de 10 quilômetros ao redor da granja que registrou o foco de gripe aviária. Além disso, outras ações já foram tomadas, tais como abatimento de todas as aves da granja, levantamento de barreiras sanitárias para impedir a transmissão do vírus e rastreamento dos carregamentos de carnes e de ovos enviados pela empresa.

Protocolo sanitário

Segundo Fávaro, o status de emergência pela China dura 60 dias. A UE também não comprará o produto proveniente do território brasileiro pelo mesmo prazo, segundo declaração do ministro em entrevista à GloboNews. A suspensão é determinada pelo protocolo sanitário firmado pelos dois países a respeito de casos de gripe aviária.

O ministro acredita, no entanto, que o Brasil poderá voltar a exportar antes dos dois meses previstos nos acordos comerciais. Para isso, não pode ser registrado outro foco e o trabalho de isolamento do problema deve ser feito adequadamente.

Um comunicado do Ministério da Agricultura esclarece que desde 2006 ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa.

Impacto regional

Fávaro acrescentou que o Brasil tem acordos com países como Japão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita que permitem uma regionalização do embargo apenas ao Estado atingido, limitando impactos econômicos. Na sequência, a restrição passa a ser apenas para o município atingido.

Em 2021, um subtipo altamente patogênico dessa variante começou a se espalhar.  Desde lá a preocupação só aumentou já que, além das perdas econômicas associadas a surtos em aves de criação, o vírus começou a aparecer esporadicamente em mamíferos.

Conforme divulgou a revista Veja, um artigo de 2024 revela, por exemplo, que essa infecção foi responsável por um aumento de mortalidade de leões marinhos na costa brasileira. Além deles, o patógeno também já foi identificado em animais como cães, gatos, raposas, tigres, guaxinins, leopardos e até em um urso polar. A primeira detecção em humanos ocorreu em abril de 2021. 

Nos Estados Unidos, um surto iniciado em janeiro de 2022 levou no início de 2025 à morte de mais de 154 milhões de aves contaminadas pela gripe aviária. Com isso, o país registrou uma explosão no preço dos ovos, produto altamente consumido nos EUA.


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