O estado de Goiás tem 2,2 milhões de pessoas com a dose de reforço da vacina contra a covid-19 atrasada. O número preocupa a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), uma vez que representa 31% da população goiana.
A superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, aponta que, com o reforço, os indicadores da pandemia no estado estariam muito mais controlados. “O próprio painel mostra o quanto a dose de reforço protege contra infecção e contra óbitos. Essas pessoas estão se colocando em risco”, disse ao DG.
Apesar do número alto de pessoas que não procuraram a dose de reforço, a superintendente defende a flexibilização do uso de máscaras em locais abertos, como recomendado pela pasta na última quinta-feira (10).
“A liberação está sendo feita de forma gradativa, assim como todos os protocolos foram flexibilizados a partir do cenário epidemiológico apresentado. A gente entende, tecnicamente, depois de todas as análises, que é possível fazer essa flexibilização em locais abertos”, frisou.
Ela ressaltou, porém, que a recomendação é manter a obrigação em lugares fechados ou em locais abertos com aglomeração, como estádios, por exemplo. Algumas pessoas também devem ser mais cautelosas. “Para alguns casos, mesmo em locais abertos, seguimos recomendando o uso de máscara, como pessoas imunodeprimidas”, ponderou.
Flexibilização além do recomendado
As cidades de Caldas Novas e Rio Quente foram além da recomendação da SES-GO e ampliaram a liberação do uso da máscara também para lugares fechados. O equipamento agora só é obrigatório em hospitais e unidades de pronto atendimento. Em Goiânia, a prefeitura também vai desobrigar o uso em bares, restaurantes e estádios, contrariando a nota.
Amorim lembra que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu autonomia dos municípios para definirem as normas e, portanto, o estado nada pode fazer.
“Os municípios têm autonomia para avaliar suas medidas. O estado tem a responsabilidade e competência de emitir recomendações para orientar os municípios para as suas decisões. Mas cabe ao município avaliar o que ele vai implantar. A gente recomenda, mas não tem como obrigar”, frisa.
Ela reforça, todavia, que os prefeitos devem sempre se balizar por dados técnicos. “O gestor municipal tem a responsabilidade. A partir do momento que ele toma uma medida menos restritiva, tem que ter embasamento técnico para tal”, destaca.
Leia mais sobre: Flúvia Amorim / máscaras / Uso de Máscaras / Vacinacao Covid 19 / Cidades