Dados do Ibama e relatos de indígenas revelam que os garimpos ilegais nas terras yanomami voltam a se restabelecer e ganhar força, apesar das ações estabelecidas pelo governo Lula. Parte das minerações ilegais estão ligadas a facções criminosas e ameaçam a saúde dos povos da região.

De acordo com os yanomami, o fluxo de barcos e aviões vem aumentando nos últimos meses. Durante a visita da comitiva de ministros do governo Lula à região, na última semana, foram avistados pistas de pouso e decolagem para aviões de pequeno porte e cicatrizes de garimpos, sinalizando que a atividade ilegal retorna com força.

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Conforme reportagem da Folha de S.Paulo, o diretor da Hutukara Associação Yanomami, Maurício Ye’kwana, detalhou aos ministros dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que há um fluxo grande de aviões e helicópteros e 17 aeronaves alimentam os dois pontos logísticos da região. De acordo com ele, “os criminosos ficaram”.

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Segundo o governo federal, houve planejamento para destruição das aeronaves que servem o garimpo ilegal detectado, no entanto, foi constatado que a pista está no lado venezuelano. Com efeito, a reativação dos garimpos ameaça a saúde dos povos indígenas locais. As ações impactam o acesso a alimentos e ativam sucessivos surtos de doenças, como a malária, sinalizando uma nova crise humanitária.

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Saúde ameaçada

De acordo com o UOL, na segunda metade de 2023, os registros de malária, gripe e diarréia voltaram aumentar entre os yanomami. Entre as doenças mais comuns, a malária é a que mais preocupa. Há dificuldades para conseguir que os infectados levem o tratamento até o fim, e os focos do mosquito transmissor são constantemente fortalecidos pelas atividades garimpeiras.

Conforme especialistas, o aumento dos registros das doenças entre os yanomamis podem ser resultado do aumento das testagens em massa que passaram a ser feitas na atual gestão. Em 2023 houve mais casos notificados do que no ano anterior.

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Medidas do governo

O presidente Lula convocou as pastas ligadas ao tema e anunciou investimento de R$ 1,2 bilhão em ações na região. O plano é criar uma “casa de governo” em Roraima para organizar e unificar as medidas do governo federal.

Segundo o Ministério da Saúde, será construída uma unidade permamente no local e a Casa de Saúde Indígena (Casai), que fica em Boa Vista, será ampliada. O unidade de saúde é a responsável por receber os yanomamis que não podem ser atendidos nas aldeias, mas atualmente enfrenta problemas de superlotação. Além disso, o governo também prometeu construir um hospital indígena em Boa Vista.

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