05 de dezembro de 2025
Saúde pública • atualizado em 07/07/2025 às 11:56

Fundahc suspende partos na Maternidade Célia Câmara por falta de anestesiologistas

Quanto à assistência, a SMS garante que irá reavaliar os fluxos de regulação para assegurar o atendimento às gestantes e puérperas
A medida foi adotada devido à interrupção do serviço de anestesiologia, provocada pela falta de pagamento a prestadores de serviços e fornecedores. (Foto: Fundahc),
A medida foi adotada devido à interrupção do serviço de anestesiologia, provocada pela falta de pagamento a prestadores de serviços e fornecedores. (Foto: Fundahc),

A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc) anunciou a suspensão de partos normais e cesarianas na Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, a partir das 7h desta segunda-feira (7). A medida foi adotada devido à interrupção do serviço de anestesiologia, provocada pela falta de pagamento a prestadores de serviços e fornecedores.

De acordo com a Fundahc, a paralisação se deve à inadimplência nos contratos, que gerou desabastecimento de insumos e inviabilizou a continuidade de procedimentos essenciais. Com isso, nenhum parto será realizado na unidade até que a situação seja regularizada.

Apesar da suspensão dos partos, a fundação afirma que o atendimento de porta segue restrito a casos de urgência e emergência, conforme protocolos de classificação de risco, e apenas para avaliações obstétricas. Pacientes internadas e gestantes com pré-natal em andamento não serão afetadas. Também estão suspensos parte dos serviços prestados pelas maternidades Dona Iris e Nascer Cidadão.

A fundação afirma que apresentou, em reunião com fornecedores no último dia 3 de julho, uma proposta de negociação dos valores em aberto, alinhada com a Prefeitura de Goiânia e discutida previamente com o prefeito Sandro Mabel e o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer. Os prestadores assinaram documentos registrando suas posições, que serão encaminhados para deliberação do Executivo municipal.

A Fundahc também destacou que ainda não houve repasse da Prefeitura referente ao mês de julho, o que compromete o pagamento da folha salarial dos colaboradores das maternidades.

Contraponto da Prefeitura

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) contestou a alegação de atraso. O órgão afirma que, apenas em 2025, já foram repassados R$ 103 milhões à Fundahc, valor superior ao previsto contratualmente, com repasses mensais de R$ 12,5 milhões. Segundo a secretaria, todos os pagamentos foram feitos em dia para amortizar dívidas da gestão anterior.

A SMS afirma que o repasse de julho ainda está dentro do prazo e será feito nos próximos dias. A secretaria também pontua que a responsabilidade pelos pagamentos aos prestadores é da própria Fundahc, que gere as unidades. Quanto à assistência, a SMS garante que irá reavaliar os fluxos de regulação para assegurar o atendimento às gestantes e puérperas. Confira a nota na íntegra:

Nota – SMS

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que já repassou, apenas neste ano, R$ 103 milhões à Fundahc para a administração das maternidades municipais. Na atual gestão, todos os repasses à instituição foram realizados em dia e acima do valor acordado, de R$ 12,5 milhões/mês, para amortização das dívidas deixadas pela gestão anterior.

O pagamento referente a julho não está atrasado e será realizado nos próximos dias. A SMS informa que o pagamento aos prestadores de serviço é de inteira responsabilidade da Fundahc, que recebe para fazer a gestão das unidades.

A SMS destaca que irá reavaliar os fluxos de regulação para redirecionar as pacientes à rede e assegurar a assistência às gestantes, crianças e puérperas.


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