Categorias: Política

#foramarconi4: foram menos, mas incomodaram mais

A quarta edição da manifestação popular contra o governador do Estado reuniu menor quantidade na Praça Cívica, com maior qualidade nos discursos. A persuasão dos jovens incomodou a polícia presente. O encerramento contou com agressões e detenções injustificadas.

 

Desta vez o número foi menor. Apesar da crescente indignação social com o governador Marconi Perillo (PSDB), o sábado falou mais alto. Ainda assim, aproximadamente 600 pessoas se reuniram no interior da Praça Cívica onde exalaram a força da contrariedade com discursos lúcidos e concisos contra a corrupção. Os resultados? Detenções injustificadas, agressões físicas e distribuição de spray de pimenta nos olhos dos estudantes, praticados por policiais presentes. Governo estadual.

“Estamos em menor número, mas estamos. Isso é o que importa. Olhar para este grupo, na quarta edição desta manifestação, me emociona, me faz acreditar que podemos sim, mudar. O início desta mudança pode ser verificado na manhã de hoje. Em um Estado que não cultua o hábito de movimentações políticas, reunir 600 pessoas em um sábado, por quatro vezes consecutivas, afaga meu coração dilacerado pela corrupção que dominou a minha terra. Minha terra! Meu Estado! Nosso Estado! Foi aqui que nasci, cresci, estou constituindo uma nova família e não posso silenciar diante do retrocesso. Elegemos um ditador, mas podemos e vamos tirá-lo. Fora Marconi Perillo! Toda ditadura é burra, mas o povo não”, decorreu o estudante de História da Universidade Federal de Goiás, Bruno Lima, 26.

O evento contou, em sua maioria, com jovens estudantes que lembraram também as dificuldades enfrentadas pela prefeitura municipal. “Fomos chamados de baderneiros, petistas, maconheiros, mas nada disso influencia, pois todas as críticas vieram de dentro do governo estadual. Para provar nosso apartidarismo hoje protestamos também contra administração municipal e o aumento da tarifa do transporte coletivo”, acrescentou Bruno.

Os estudantes caminharam pela Avenida Goiás dialogando com a população presente nas ruas na manhã deste sábado. A colaboração veio com buzinas e aplausos até mesmo de um grupo religioso que panfletava na mesma região em uma campanha contra o aborto.

A tentativa de coersão, por parte da Polícia Militar, teve início antes mesmo da chegada dos manifestantes. Por volta das 9h30 um grupo, com aproximadamente 30 policiais em motos do Giro e fortemente armados, rondaram o local do encontro montando postos armados em cada rua de escoamento. Carros da Polícia Militar foram distribuídos por toda Praça.

O encerramento foi vergonhoso. Vergonhoso para uma República democrática. Lembrando os tempos da Ditadura Militar, quatro estudantes foram detidos e outros três agredidos fisicamente e atingidos com sprays de pimenta. A justificativa da PM, nenhuma. Um carro teve seus vidros quebrados na redondeza e na ausência de suspeitos, o jovens seriam interrogados.

Foi o fim? Bruno afirma enfático que não. Nos olhos de outros 599 presentes era possível fazer a mesma leitura.

Lenia Soares

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