Os altos salários aprovados recentemente na Assembleia Legislativa causaram indignação fora e, principalmente, dentro da Casa. Eis a novidade. Os deputados repudiaram a iniciativa da Mesa Diretora.
Os mesmos deputados que queriam manter o 13o e o 14o. Os mesmos que não cobram da Mesa que cumpra, por exemplo, a Lei da Transparência. Também os mesmos que ajudam a Casa a esconder quantos são, quem são e quanto recebem os muitos nomeados, aliás muitos indicações deles mesmos.
Além da bancada de oposição, que emitiu nota contra a criação das diretorias, parlamentares da base do governador questionaram os salários dos novos contratados.
“Eu pensava que o melhor era ser deputado. Afinal, fui eleito. Hoje descobri que é bem melhor ser diretor. Não passa por eleição e ainda ganha mais”, disse Cláudio Meirelles (PP).
O deputado Talles Barreto (PTB) afirmou não concordar com a iniciativa. “Alias, eu nem sabia de nada”, complementou.
O único que saiu na defesa dos novos servidores foi Júlio da Retífica. O argumento?
“Estão fazendo todo esse barulho em torno do valor de R$ 24 mil. Eu acho pouco. Acho que o governador ainda está se desdobrando e fazendo economia. Qualquer bom profissional em grandes empresas recebem R% 50 mil.”
É…
Outro fato curioso: a revolta dos deputados com a possível nomeação do ex-presidente do Detran, Edivaldo Cardoso, citado em conversas da Operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira.
A revolta com Edivaldo na Casa é grande, mas curiosamente o que consta nos bastidores é que se trata de indicação do governador Marconi Perillo (PSDB), cujo governo está no epicentro do Caso Cachoeira mas que em nenhum momento mereceu tamanho e inusitado repúdio por parte dos deputados.
Não querem Edvaldo Cardoso. “É imoral”, disse Cláudio Meirelles.
Que tal uma assepsia?
Fica alguém? …
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