16 de dezembro de 2024
Lênia Soares

Fim do recreio no PMDB: Iris volta e toma as rédeas do partido

O ex-governador Iris Rezende (PMDB) volta das ‘férias’ para o pepino. Descansado – é bom que esteja –, se depara com um partido tomado pela desconfiança, sem foco e sem liderança.

Bem-vindo!

 

Não que o caos seja surpresa. O ‘velho líder’ abriu o partido e deixou a tão aclamada ‘renovação’ à vontade para tomar suas próprias decisões.

Distante das polêmicas, das reuniões e definições políticas, Iris assistiu de camarote o circo pegar fogo.

Estratégia perigosa. A juventude poderia ter assumido, com competência, as rédeas do PMDB e aposentado o ex-governador.

Poderia… Se tivesse competência.

Na situação real, a meninada atestou incapacidade. Não se posicionou, não discursou, não fez oposição.

Em sua primeira parada, no diretório estadual, Iris encontrou um presidente tímido, com ar de quem tem sempre algo a temer (tem?), sem propriedade e sem coragem. Samuel Belchior.

Durante entrevista ao repórter Rubens Salomão, da rádio 730, o deputado não soube responder sobre o convite feito ao empresário Júnior Friboi para filiação na legenda. Foi confuso:

“Na verdade, foi ele quem procurou. De qualquer forma, o partido está aberto para recebê-lo como soldado.”

Soldado?

É… Adiante.

Na Assembleia Legislativa, o que há é negociação. Barganha. Deputados acanhados que se beneficiam com cargos na Casa em troca de apoio ao governo.

Não falam em eleição, em 2014, em candidato, em governo… Não falam. Não se manifestam. E lembrando o procedimento das votações: “Aqueles que são favoráveis ao projeto, permaneçam como estão.” Todos permanecem. Sempre.

Só que as férias acabaram. Iris voltou. E chegou deixando claro seu lugar.

O vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) convidou o casal Iris para um jantar na próxima semana, dia 16, em sua casa. A pauta será o rumo do PMDB em Goiás e qual o posicionamento do partido em relação às decisões nacionais.

Iris Rezende fala pelo partido. Dona Iris policia os deputados.

Do lado de fora (nacionalmente), Iris sempre foi visto como dono do partido. Nunca deixou de ser. Do lado de dentro (regionalmente), ele se afastou, deixou de ser o ‘coronel’. Mas voltou.

E volta para aglutinar e reunir as forças dispersas em sua ausência. Não é consenso. Há quem discorde de sua liderança. Mas não há quem se manifeste contra. Quem compre essa briga.

Afinal, não compram briga nem com o governo…

Do caos, há de (res)surgir a solução?

 


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