Após a suspensão do julgamento dos acusados pela morte do radialista Valério Luiz, o advogado e filho da vítima, Valério Luiz Filho demonstrou à imprensa o sentimento de tristeza relacionado ao novo adiamento do júri. Em entrevista coletiva, ele afirmou tratar-se de algo doloroso e solicitou para que os participantes sejam monitorados durante o período de sessões, para que o fato não ocorra novamente.
“Para mim, emocionalmente, é muito difícil ficar vindo aqui uma, duas, três, quatro vezes, é uma coisa horrorosa. A gente chegar aqui e ficar sabendo que simplesmente um jurado desapareceu e foi encontrado depois é uma coisa ruim”, enfatizou, com a ressalva de que o profissional teria chegado atrasado ao local do julgamento.
De acordo com Valério Luiz Filho, a informação repassada foi a de que o jurado teria passado mal. Entretanto, afirma não saber, de fato, o que pode ter acontecido. “A gente não sabe quem pegou ele lá. Pelo que foi dito, ele pediu um táxi e entrou em outro carro. A gente não sabe quem falou com ele e onde ele foi”, ponderou.
Diante do ocorrido, o advogado e filho da vítima afirma que o risco de que todo o trabalho realizado na primeira sessão seja anulado é alto. Valério Luiz Filho frisa que, em dezembro, deverá ser iniciado tudo, novamente, do zero, com uma nova equipe de jurados.
Nova data
Com relação à nova data, marcada apenas para o dia 5 de dezembro, Valério Luiz Filho destaca entender a motivação: “A justiça comum também acumula funções à justiça eleitoral. Esse ano é um ano de eleições, a partir de agosto a estrutura judiciária estará também atuando nas eleições. Portanto, ia ficar muito difícil, porque é um trabalho gigantesco mobilizado para este julgamento. Então, optou-se por colocar depois do período eleitoral, quando será mais tranquilo para que a logística seja preparada”, disse.
Avaliação
Com relação ao primeiro dia de julgamento, Valério Luiz Filho relatou a relação estabelecida entre os acusados. “A relação entre eles foi bem estabelecida, de que da Silva e Figueiredo eram seguranças do Maurício Sampaio, de que Urbano era uma espécie de faz tudo do Maurício Sampaio, o braço direito dele, e o Marcos Vinícius foi envolvido porque era informante dos policiais e tinha um comércio ali nas proximidades da rádio, portanto era um ponto estratégico de apoio para que o crime fosse realizado”, disse, com a afirmativa de existirem, ainda, ligações interceptadas pela polícia, dentre outros fatos que corroboram para a acusação.
Valério Luiz foi morto no dia 5 de julho de 2012, na porta da Rádio 820 AM, atual Rádio Bandeirantes, onde a vítima trabalhava como comentarista esportivo. Segundo denúncia feita pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), o assassinato foi motivado devido aos constantes comentários críticos de Valério Luiz à diretoria do Atlético Clube Goianiense.
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