Em entrevista a rádio Bons Ventos FM, o delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), Luziano Carvalho afirmou que não é surpresa nenhuma que as cidades ribeirinhas joguem esgoto no Rio Araguaia, há muito tempo. Além disso, questiona a falta de um plano de tratamento para esse esgoto e alerta para o problema dos loteamentos irregulares.
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“Nós abrimos inquéritos no ano passado sobre o saneamento em Goiânia e em Goiás por lançar o esgoto ou porque não estava devidamente tratado ou sem nenhuma forma de tratamento e também já indiciamos empreendimentos. Todas as cidades tanto de Goiás quanto do Mato Grosso jogam no Araguaia”, destaca Luziano.
Ainda segundo o delegado, é possível notar não o crime, mas a ação de poluição ambiental. “Se observar o nível de volume de água do Araguaia pode ser que não caracteriza crime ambiental, mas sem dúvida é uma poluição ambiental. Isso tem que mudar e vai mudar precisamos de um envolvimento, é preciso ações contundentes, planejamentos e projetos. Hoje, meio ambiente é muita falácia é muita enganação ambiental, todos têm que fazer na prática, aquilo que está no papel, tem que vir de forma ideal”, argumenta.
“Todo mundo fala que ama o meio ambiente, não ama coisa nenhuma . Ama só no mês de julho. E os esgotos das praias do Rio Araguaia para onde vão? É muito grave isso. A função da Polícia Civil não é de fiscalizar, temos hoje falhas em muitos setores, mas principalmente na própria consciência. Falhamos também na fiscalização, na punição mas se for mudar a consciência é com Leis”, desabafa o delegado.
Loteamentos irregulares
Outro problema apresentado pelo delegado é a construção e venda de loteamentos a beira do Rio Araguaia. “É muito grave os loteamentos irregulares, virou uma praga. É importante falar para não comprarem lotes na beira de rios, não só do Araguaia. Temos mais de 23 loteamentos irregulares em Uru, por exemplo, e mais de 12 no Araguaia tanto do lado de Goiás, quanto do Mato Grosso e tem uma deficiência para conter isso”, destaca.
Ainda de acordo com o delegado, nesses casos a omissão é muitas vezes mais grave do que a própria ação. “Temos aquele que loteia e que ganha muito dinheiro porque é proibido fazer o desmembramento, é crime”, conclui.