22 de novembro de 2024
LIXÃO URBANO

Em nova resposta ao MPGO, Comurg afirma que alugará caminhões com urgência

Os detalhes do contrato ainda não foram repassados, mas promotor da área ambiental disse que plano apresentado é primeiro passo
Lixo aguardando coleta da Comurg se espalha pelos bairros de Goiânia - Foto: reprodução redes sociais
Lixo aguardando coleta da Comurg se espalha pelos bairros de Goiânia - Foto: reprodução redes sociais

A Companhia Municipal de Urbanização (Comurg) vai alugar caminhões de forma emergencial para sanar a grave valha na coleta de lixo em Goiânia. A informação foi repassada pela companhia para o promotor da 15ª Vara do Ministério Público de Goiás, Juliano de Barros Araújo, da área do Meio Ambiente do MPGO.

Por enquanto, essa garantia só chegou verbalmente até o promotor. Em entrevista ao Diário de Goiás hoje, 19, ele lamentou, que a empresa tenha enviado um relatório, solicitado pelo MPGO, apontando somente o plano de manutenção dos veículos.

Resposta fraca

A quebra de caminhões compactadores vem sendo citada pela Comurg como a principal causa das falhas na coleta. Mas, assim como a população, o promotor esperava mais dessa resposta.

É que o relatório solicitado deveria conter um plano emergencial para lidar com a crise na coleta até que haja uma licitação, “e isso pode demorar seis meses”, apontou. A cidade padece há semanas com ruas de diferentes regiões cheias de lixo e moradores indignados.

O  promotor foi informado de forma complementar hoje que houve a rescisão de um contrato da Comurg e a assinatura de outro contrato que pode dar capacidade para a empresa resolver a situação de forma emergencial. Ele espera ver a questão formalizada por escrito.

Sem condições técnicas

Mas Juliano não pretende entrar com medidas judiciais neste momento. Ele explica que não adianta pedir a correção do problema e um juiz determinar que isso ocorra em dois ou três dias, “quando se sabe que não há condições técnicas reais para isso”.

Além disso, já há ação cautelar proposta para que a Comurg retome e regularize os serviços de coleta de lixo na capital, recolhendo todos os resíduos da cidade no prazo de 48 horas. A ação foi proposta pela promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira e a concessão da liminar ainda não foi decidida.

No momento, considera ele, o importante é que a empresa primeiro diga como vai regularizar o serviço agora. Em segundo, que ela informe o que fará para que ele não volte a sofrer o apagão atual. Ontem, como mostrou o DG, o prefeito Rogério Cruz abordou a medidas planejadas.

Companhia responde

Procurada, a Comurg não confirmou os detalhes do contrato que citou ao promotor e nem um prazo para amenizar os problemas na coleta.

Em uma nota, a assessoria de imprensa do órgão reforça o plano de manutenção dos veículos quebrados apresentado ao MPGO. E também informa, sem especificar todas, que adotará outras medidas para a regularização da coleta.

A medida já adotada é justamente a “continuação do procedimento licitatório que tem como objeto a locação de caminhões compactadores de lixo”.

Para Juliano de Barros, a falência do serviço de coleta de lixo em Goiânia reflete o modelo, que tem uma empresa pública com 20 mil servidores, com alta rotatividade de mão de obra e muitas deficiências, resume ele.

Goiânia isolada

“Goiânia se tornou a única capital do Brasil onde a coleta é realizada por uma empresa pública. As demais terceirizaram”, compara Juliano de Barros. Em sua avaliação, ao repassar para terceiros este serviço essencial, a Prefeitura deixará a Comurg para as tarefas de urbanização da cidade.

Ao historiar o problema, o promotor, que há anos faz parte do Núcleo do Meio Ambiente do MPGO, lembra que os problemas na coleta em Goiânia surgiram quando a Prefeitura reassumiu o serviço, em 2007. 

“A crise de hoje iniciou ainda em 2013, até chegar hoje em problemas operacionais, falhas comuns a órgãos públicos, com pouca agilidade e competência para responder”, analisa.


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