A diarista Ilza Ramos Rodrigues, 52, que foi humilhada pelo bolsonarista Cassio Cenali em vídeo que viralizou na internet neste fim de semana, foi encontrada e concedeu entrevistas neste domingo (11). A mulher afirmou que entrou ficou assustada com a repercussão, após o apoiador de Jair Bolsonaro (PL) negar marmita por ela dizer que votaria no Presidenciável Lula (PT), na cidade de Itapeva, no interior de São Paulo.
No novo vídeo, divulgado no perfil Jornalistas Livres, do Twitter, ela aparece contando que não foi uma brincadeira. “Eu realmente fiquei mal. Liguei pra minha irmã e contei que fiquei com medo. Foi ruim, [me senti] humilhada. Uma pessoa que tem dinheiro e tem o carro que tem não tem o direito de fazer isso […] essa marmita me ajudava e ajudava outras pessoas”. Veja o vídeo:
Dona Ilza também confirmou que não recebeu mais ajuda depois do episódio. Em entrevista à Folha de S.Paulo, porém, ela garantiu que “Deus transformou o mal que ele fez em bênção”. “Fiquei sem ação. O jeito que ele falou mexeu com a minha mente, não é brincadeira. O que ele fez foi me humilhar. Só porque ele tem dinheiro, tem o carrinho dele, ele quis me humilhar com essa ação. Eu não posso nem ver [o vídeo]”, disse ela à coluna da Mônica Bergamo.
Vale lembrar que o vídeo viralizou no Twitter também pela publicação do Jornalistas Livres, porém o vídeo viralizar, porém a identidade de Ilza foi revelada pela página Iconografia da História, criada pelo cientista social Joel Paviotti. Quando ele divulgou a foto, Ayume, uma sobrinha de Ilza que seguia o perfil, apareceu. Após a confirmação, a publicação gerou uma grande corrente do bem, segundo o cientista social.
Ainda sobre a repercussão, e as milhares de publicações de internautas em solidariedade e doações à dona Ilza, famosos e autoridades também se manifestaram, incluindo o próprio Lula. “A fome é culpa da falta de compromisso de quem governa o país. Negar ajuda para alguém que passa dificuldades por divergência política é falta de humanidade. Minha solidariedade com essa senhora e sua família”, afirmou o ex-presidente pelo Twitter. Além disso, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se comprometeu a fornecer mantimentos para Ilza por seis meses de alimentos.
Já Cássio Cenali, o responsável pela infelicidade da publicação do vídeo em que humilha dona Ilza, teve sua identidade revelada mostrando que há processos contra ele por sonegação de impostos e até por recebimento indevido do auxílio emergencial. Ele também fez um vídeo pedindo desculpas por ter gravado o vídeo com Ilza, mas não se desculpou, efetivamente, pela atitude em si.
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