As disputas eleitorais no Estado de Goiás continuam na base de amigos contra amigos. Os inimigos são poupados. No máximo, há um fogo brando, pontual.
O bombardeio mesmo ocorre na base do fogo amigo, das disputas entre forças que deveriam estar juntas.
É assim, por exemplo, no PT, com o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), pré-candidato, mas com resistência de uma ala do partido. Apesar do discurso de união, a pertinácia parcial da legenda é evidente.
Como ficou claro também, com a vinda do presidente nacional Rui Falcão, que as negociações continuam incertas. Enquanto o pré-candidato do PMDB é Júnior do Friboi, nada feito. Mas se o ex-governador Iris Rezende é cotado para a disputa… “A conversa é outra”, palavras de Rui Falcão.
No PMDB, o embate velado entre friboizistas e iristas. E este inegável. Apesar das constantes tentativas de um discurso alheio, o fato se sobrepõe com os próprios tropeços de Friboi em declarações que nunca são confirmadas.
Apesar de dizer o contrário, o empresário não conseguiu fechar o organograma de sua chapa majoritária. Até porque, com Iris, a burocracia da esfera privada não é convincente.
No PSB, há fogo cruzado entre socialistas e integrantes da Rede Sustentabilidade. Até parece sina de Vanderlan Cardoso, que disputou as eleições de 2010 com o PR dividido e parte, agora, para um novo pleito sem coesão interna.
Os ataques entre Vanderlan, Martiniano Cavalcante e Elias Vaz foram públicos. Lavaram suas roupas sujas no ar, com microfones ligados e bem direcionados. E a guerra foi declarada.
Tem também o PDT, que parece oposição, mas com um pé no governo – já que alguns prefeitos declararam apoio a Marconi – e outro no PMDB. As mãos pedetistas, por outro lado, estão em uma possível aliança com PSB. Corre o risco de sair despedaçado.
Há litígios ainda entre PT e parte do PSB, do PSB e parte do PMDB (de Friboi) e por aí vai.
Todos falam em unidade, mas já jogam a união para o segundo turno. Não se entendem sobre qual a melhor alternativa: se unir agora, ou depois.
Enquanto isso, quem deveria ser o alvo de todos, que é Marconi Perillo, faz campanha isolado. Vai para o interior, investe em publicidade, prepara terreno para seu nome. Ainda que esteja com avaliação negativa, em baixa, trata de correr para recuperar sua imagem na opinião pública.
Na prática, não há oposição direta a Marconi, não há discurso que o combata, a não ser algumas frases de efeito.
E o que sobra para a oposição é a convicção de cada um dos pré-candidatos a governador de que Marconi vai perder, e que ele, e só ele – o pré-candidato em questão -, é capaz de ganhar. Nessa convicção, ninguém está disposto a abrir mão pra ninguém. Todos se julgam vencedores por antecipação.
Figurinha repetida no álbum das eleições.
Leia mais sobre: Lênia Soares