A última semana foi marcada por movimentos acentuados de Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB) no tabuleiro da sucessão. Recados diretos, indiretos e declarações oficiais, polarizaram a disputa e abriram espaço para que Jovair Arantes (PTB) desse mostra de sua ‘boa e velha forma’ de participar de uma eleição: como jogador.
Em entrevista ao jornalista Caio Henrique Salgado, de O Popular, o presidente estadual do PTB afirmou que seu partido pode caminhar com PT-PMDB caso o governador não seja candidato à reeleição.
Jovair, ao aumentar o tom contra a base, olhou para um lado e tocou a bola para outro.
De um lado, reforçou a ideia de que Marconi é o único capaz de manter a coesão do grupo vitorioso desde 1998. O único com chances de sucesso, apesar da aprovação de 21%, a segunda pior do país, conforme os dados da pesquisa IBOPE, divulgada no mês passado.
Um cenário delicado que expõe a fragilidade da aliança que ocupa o Poder Executivo. Mas que, em outra ponta, favorece quem mais interessa no seu lance: Marconi Perillo.
O tucano nunca participou de um pleito com tantas dificuldades. Nunca precisou tanto de jogar em equipe.
Em 2010, quando sua imagem não havia sido atingida com a mácula da corrupção, a disputa foi acirrada. A diferença de votos chega a ser comparável à diferença de assessores que trabalharam nas duas campanhas. Uma vitória de cifrões.
A falta de alternativas, que a situação tanto cobra da oposição, pode ser obstáculo para o próprio grupo do governador. E a análise é de Jovair Arantes.
Por outro lado, Jovair, ao falar ao Popular, mostrou outra direção para o seu lance.
Com a declaração, na prática, o ex-candidato à prefeitura de Goiânia aponta que o seu partido quer mais poder.
Ainda que implicitamente, o petebista deixa claro que quer espaço em uma chapa majoritária. Se não for na do governo – e este é o maior recado -, que seja na da oposição.
Jovair é um grande e fiel torcedor… Mas é como jogador político que faz mais sucesso.
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