A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) está em processo de reestruturação financeira e, para isso, solicitou à Prefeitura de Goiânia um aporte de aproximadamente R$ 100 milhões. O recurso seria destinado ao pagamento de verbas rescisórias de cerca de 800 a 1.200 colaboradores, a maioria aposentados ou com condições de se aposentar, que estão sendo considerados para demissão.
Ao Diário de Goiás, a Companhia informou que está em curso “a elaboração de um novo Plano de Cargos e Salários, para cumprir com a ideia de economicidade e readequação financeira da empresa” e para que haja demissões, “é preciso pagar aos servidores (CLTs) o que é de direito”. A proposta ainda precisa de aprovação do Legislativo, já que o município depende da anuência dos vereadores para liberar o repasse.
O secretário da Fazenda, Valdivino Oliveira, revelou ao jornal O Popular que, além dos R$ 100 milhões para as rescisões, a Comurg também solicitou R$ 190 milhões ao todo, incluindo o montante necessário para ajustes e pagamento de dívidas, com o objetivo de tornar a companhia financeiramente sustentável. “Hoje, a empresa tem um déficit mensal de cerca de R$ 20 milhões. A ideia é tornar a Comurg superavitária”, explicou Oliveira.
A direção da Comurg apresentou a situação em uma reunião com representantes dos sindicatos da companhia há cerca de duas semanas, e a Secretaria da Fazenda está estudando as fontes de recursos disponíveis para garantir o repasse à empresa. A decisão final sobre os recursos será apresentada ao prefeito Sandro Mabel (UB) na próxima segunda-feira (3), quando a proposta será discutida com mais detalhes.
No início deste mês, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), reuniu seu secretariado para a assinatura de uma série de atos administrativos, incluindo 12 decretos destinados a enfrentar a crise financeira que assola a cidade. Entre as medidas adotadas, está o decreto de calamidade financeira, que visa conter despesas e reestruturar as finanças municipais.
O secretário de Finanças da capital, Valdivino José de Oliveira, revelou um déficit de R$ 3 bilhões, com as maiores dívidas sendo atribuídas à Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e à Secretaria de Saúde. Na ocasião, o secretário enfatizou que as medidas emergenciais, como os decretos, são essenciais para reduzir as despesas e estabilizar as finanças municipais.
Durante entrevista à imprensa, Valdivino detalhou os valores dessas dívidas e explicou a necessidade dos decretos para o corte de gastos, mas também demonstrou otimismo ao afirmar que acredita ser possível reverter o quadro dentro de seis meses. Ele destacou que parte das dívidas é de longo prazo, o que abre margem para parcelamento e negociações.