Política

Como foi o governo Caiado em 2022 e o que esperar de 2023

Para o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), o ano de 2022 começou na Região Nordeste de Goiás, onde realizou visitas para atender a população atingida por fortes chuvas. Doze meses depois, ele encerra esse período em São Paulo, onde se recupera de uma cirurgia, que o obrigará a tomar posse de forma virtual.

No início do ano, Caiado também precisou ir à capital paulista por questões médicas, desta vez para tratar uma infecção na próstata. Alguns meses depois, testou positivo para Covid-19.

Espera-se que, em 2023, o governador não sofra com problemas de saúde. De qualquer forma, em 2022, esses casos não o impediram de tocar a sua gestão, em um ano movimentado e com eleições.

Médico, Caiado tem buscado, desde o início de seu mandato, em 2019, a regionalização da saúde. Nos últimos meses, não foi diferente, com ampliação da estrutura no interior.

Uma outro ponto que o governador tem dado foco é a assistência social, intensificada ao longo de 2022. Ao todo, são sete programas nessa área, com destaque para o Mães de Goiás.

Porém, o que provavelmente mais marcou o ano de Caiado, do ponto de vista administrativo, foi a questão da energia elétrica e especificamente o embate com a Enel.

Após inúmeras idas do governador a Brasília, a Enel vendeu a Celg-D para a Equatorial, que assumirá a responsabilidade em relação à energia elétrica no estado a partir de janeiro.

Aliás, a qualidade energética em Goiás foi um dos pontos de atrito entre o atual governo estadual e o setor industrial, mas, apesar de uma outra insatisfação persistir, a relação apresentou melhoras.

Na educação, vale lembrar do anúncio do novo piso salarial, além do projeto, questionado pela categoria, que altera a jornada de trabalho de servidores.

Na segurança pública, o reajuste de 20% nas horas extras de funcionários também foi alvo de críticas por parte do segmento sob o argumento de que a medida gera sobrecarga e desvaloriza o policial.

Contudo, nessas duas áreas, embora haja algum desgaste, o que, até certo ponto, é natural, a gestão caiadista apresenta bons índices, inclusive com elogios a nível nacional.

Eleições

Em um ano eleitoral, é claro que a campanha teria um espaço de destaque na agenda de Caiado, que manteve o favoritismo durante todo o processo e foi reeleito já no primeiro turno.

Ainda na pré-campanha, a morte de seu filho, Ronaldo Filho, causou comoção no meio político e até mesmo paralisou as articulações de seus adversários por algum tempo.

Em sintonia com Jair Bolsonaro (PL) no início de seus mandatos, o governador se afastou do presidente a partir do momento em que tomaram decisões diferentes no contexto da pandemia de Covid-19.

Além disso, os dois discordaram sobre o ICMS dos combustíveis, mas, mesmo com a preocupação referente à queda de arrecadação, Caiado resolveu reduzir a alíquota.

Nas eleições, o governador, que enfrentou dois candidatos considerados bolsonaristas, Gustavo Mendanha (Patriota) e Major Vitor Hugo (PL), preferiu não tomar lado.

No segundo turno, Caiado declarou apoio a Bolsonaro. Apesar disso, a reconciliação com o agronegócio, uma das principais bases de sustentação do bolsonarismo, parece cada vez mais distante.

Em abril, durante um evento em Rio Verde, com a presença do presidente, produtores rurais vaiaram o governador por mais de três minutos.

E, em novembro, já depois do pleito, Caiado propôs uma contribuição para alguns setores do agronegócio, o que ficou conhecido como taxa do agro e desagradou a maioria dos produtores.

2023

O governador justificou a contribuição devido à queda de arrecadação por causa do ICMS dos combustíveis e prometeu investimentos em infraestrutura para ajudar o próprio agro.

Esses investimentos ocorrerão por meio do recém-criado Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra). A reconciliação do agronegócio com Caiado, que é produtor rural, só será viável se a promessa vingar.

A propósito, a palavra “investimento” deve ser uma das mais frequentes nos discursos do governador não só em 2023, mas também nos demais anos de seu segundo mandato.

Caiado argumenta que assumiu as contas do estado com uma situação complicada e, por isso, precisou dedicar boa parte de seu primeiro governo à saúde financeira.

A adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), no final de 2021, deu a ele um certo alívio. Daqui para frente, com as finanças em ordem e em um cenário pós-pandemia, é preciso investir cada vez mais.

O governador, obviamente, tem consciência disso. Como pretende ser candidato a presidente em 2026, a obrigação de entregar resultados fica ainda maior para poder se consolidar como um player nacional.

Para colocar esses objetivos em prática, Caiado planeja uma reforma de seu secretariado, cujos detalhes, devido à sua ausência de Goiânia por questões de saúde, ficaram para o início de 2023.

Comenta-se que ele também estava esperando a definição dos ministérios do presidente eleito, Lula (PT), para adaptar a estrutura de sua gestão à nova realidade do governo federal.

Em termos políticos, aliás, a relação entre Caiado e Lula, dois adversários históricos, é o grande tema para ficar de olho durante o ano que vem. A tendência é de que seja harmoniosa, mas sem muita intimidade.

Marcelo Mariano

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