05 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 30/11/2014 às 01:14

Do PMDB (e de Gomide) para Dilma

O grande presente que o PMDB de Goiás deu para a presidente Dilma Roussef (PT) foi a eleição de Ronaldo Caiado (DEM) para senador. Que presente indigesto ganhou a petista. A consequência deste presente é a alimentação de uma grande dúvida sobre a continuidade da aliança entre PT e PMDB, em Goiás. A candidatura de Caiado foi um presente dado pelo PMDB.

Fosse Iris Rezende o candidato a senador em 2014, não haveria o menor espaço para a eleição de Ronaldo Caiado para a única vaga que estava em disputa. As pesquisas eleitorais com a sondagens para senador mostravam a preferência pelo peemedebista, antes do período eleitoral. Era usual ouvir nas rodas de peemedebistas de que o ex-governador seria um senador eleito com facilidade. Mas, Iris preferiu outro caminho.

A insatisfação de Iris Rezende com um grupo nacional do partido, que não incomodou Marconi Perillo (PSDB) na CPI do Cachoeira, e teria impedido a aprovação do tão falado relatório da comissão, foi explícita. Numa tarde ensolarada em Goiânia, o primeiro semestre, o líder do PMDB, deputado federal Eduardo Cunha, visitou Iris, no apartamento dele. O líder disse que a candidatura a governador de Goiás teria que ter o aval de Iris Rezende. Ele, o deputado, consolidou-se como oposição a Dilma Roussef, agora, no lançamento de candidatura a presidente da Câmara Federal.

Iris, assim, tem andado muito com anti-petistas. Por isso, já foi tratado em outros artigos, é provável um distanciamento do PMDB de Goiânia em relação ao PT, de Paulo Garcia, na disputa para a prefeito da capital em 2016. Antes de aliar-se a Caiado, definitivamente, foi a candidatura a governador de Antônio Gomide, ex-prefeito de Anápolis, que promoveu o distanciamento do PT e do PMDB na aliança estadual e que permitiu a aproximação do aliado com o DEM, de Caiado.

Antes de tomar posse como senador, Ronaldo Caiado já cavou espaço como uma das principais vozes da oposição a Dilma Roussef. Agora, com o cargo de senador garantido, terá muito mais autoridade para ocupar espaços na mídia nacional para fazer o que mais gosta: acusar, atacar, criticar e, como em muitos momentos, ofender a atual presidente, o ex-presidente Lula, o PT e os petistas.

A cada crítica que Caiado disparar, os petistas e a presidente, certamente, haverão de se lembrar que o cargo que o presidente do DEM ganhou foi obra do PMDB de Goiás. Ou, mais do que isso, seria um presente de Iris Rezende? Ou um indigesto opositor que aliou-se ao PMDB depois que Antônio Gomide resolveu lançar-se na aventura de candidatar-se a governador?  Então, os petistas, em Brasília, precisam observar bem os fatos da aliança que não foi feita entre PT e PMDB em Goiás.

 

 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .