22 de novembro de 2024
Publicado em • atualizado em 28/04/2023 às 06:56

Daniel Vilela + Gustavo Mendanha = MDB forte e ocupando espaços em Goiás

Daniel Vilela e Gustavo Mendanha: uma aproximação que fortalece o MDB
Daniel Vilela e Gustavo Mendanha: uma aproximação que fortalece o MDB

Daniel Vilela e Gustavo Mendanha cresceram amigos na vida e parceiros na política. Unidos pelo MDB e pelos pais, o ex-governador Maguito Vilela e o ex-deputado Léo Mendanha, emedebistas de quatro costados e de reconhecido legado. Assim foi até que o sonho os separaram nas urnas.

1. Presidente do MDB goiano, Daniel viu sua oportunidade de chegar ao governo do Estado, como vice na chapa de Ronaldo Caiado à reeleição, no mesmo ano em que Gustavo Mendanha decidiu deixar pela metade seu segundo mandato na prefeitura de Aparecida para lançar-se também na disputa pelo governo.

2. A relação dos dois, claro, virou um triste trocadilho: pesadelo puro.

3. Eis que agora Daniel e Gustavo voltam a dialogar. Daniel, o vencedor, puxou a conversa. Gustavo, o perdedor, acenou outro dia, aqui no Diário de Goiás, que topa ser vice o candidato a senador, o que mostra entender que em 2026 é a vez de Daniel, e que aceita outro papel no jogo eleitoral. Dois gestos, dois atos de desprendimento.

4. Juntos, eles têm tudo para tomar a frente da política goiana pelos próximos anos. São, por ora, as principais novidades como lideranças a ocupar o vácuo gerado com a troca de gerações depois das mortes de Maguito e do ex-governador Iris Rezende e do fim do mandato de Caiado.

5. Ganha Goiás com essa reconciliação? O tempo dirá. Ganha de saída o MDB, agora tem os dois mais o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, hoje no União Brasil do governador mas emedebista (principalmente irista) de corpo e alma, com fôlego para uma liderança longeva no Estado. E pode somar-se aí Ana Paula Rezende, filha de Íris e um dos nomes que mais geram expectativa hoje para a disputa pela prefeitura da Capital, Goiânia, no ano que vem.

6. O MDB volta a ser a maior força partidária de Goiás, depois de perder protagonismo em 1998 com a derrota de Iris Rezende para o tucano Marconi Perillo, por sinal um nome que já foi gigante no Estado, quatro vezes governador, mas que hoje patina na ainda vã tentativa de voltar ao poder.

7. Ganha muito também o governador Ronaldo Caiado. Deixa mais no fim da fila de uma possível ressurreição seu inimigo Marconi e sedimenta o caminho para uma eventual candidatura à presidência, sonho inegável para coroar uma carreira política que, entre outras coisas, ampliou o legado da família Caiado na história goiana.

8. Caiado ganha também construindo uma possível sucessão de governo e de geração na política estadual. Embora o União Brasil local não alcance o crescimento do MDB, ou talvez justamente por isso – não privilegiar seu partido -, Caiado mostra-se maior que seu tempo.

9. Tempo que se abre para Bruno e para Daniel, Gustavo, Ana Paula Rezende, com o MDB. Para eles e para quem mais se habilitar e se firmar, à direita, à esquerda, ao centro e aos extremos. 

O espaço político em Goiás está livre, em processo de ocupação, que se consolidará com a parte mais divertida: as disputas. Compre as pipocas.

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).