27 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 10/06/2021 às 07:59

Caiado e Rogério Cruz: oportunidade de fazer uma revolução no transporte coletivo; Ou, não

Ronaldo Caiado (esq) e Rogério Cruz: O transporte coletivo na pauta (foto divulgação)
Ronaldo Caiado (esq) e Rogério Cruz: O transporte coletivo na pauta (foto divulgação)

O diagnóstico sobre o transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia e suas necessidades para melhorar o atendimento à população já é amplamente conhecido. O sistema necessita de uma nova modelagem de tarifação que proporcione ao usuário uma tarifa menor caso ele ande em trechos menores. 

Em média, 54% dos passageiros foram perdidos desde o início da pandemia e só voltarão se o custo de uso do sistema for menor. Em Goiânia, onde houveram 217.211 validações no transporte público antes da pandemia, recebeu volume 55,5% menor de validações no dia 08/06/21 – o que equivale a menos 120.616 validações. 

O sistema de embarque prioritário revelou que novas modalidades podem ser utilizadas para permitir ao usuário que ele possa ter um acesso com uso de tecnologia a um custo mais barato.

Anunciado desde o início da gestão de Rogério Cruz (Republicanos) na Prefeitura de Goiânia, o projeto para a nova modelagem ainda não saiu do planejamento. Mais de uma vez, o gestor da capital manifestou que o sistema de tarifação é injusto com o usuário.

No entanto, qualquer mudança no sistema de tarifação ou no modelo de operação do transporte coletivo tem que ter envolvimento e concordância do governador Ronaldo Caiado (DEM). Sem ele, o sistema não evolui.

E, sem o acordo entre o prefeito de Goiânia e o governador quanto às diretrizes destas mudanças o projeto é fadado ao fracasso. Na terceira opção estão os prefeitos da região metropolitana que têm que participar e cooperar com as alterações.

A principal delas é o subsídio das gratuidades que equivalia a 17% do custo das passagens do transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia e caiu para 11,6% por causa da pandemia. O modelo implantado em 2008 é cruel com o usuário que paga a tarifa cheia, pois ele paga a gratuidade que o Estado fornece.

O governo de Goiás é chamado, mais uma vez, a partilhar a despesa com o custeio deste custo, que é metropolitano, por verbas que ele já tem no Fundo Protege destinadas ao transporte. A Companhia Metropolitana do Transporte Coletivo já ofereceu a criação de uma taxa na renovação do IPVA que não foi assimilada pelo governador Ronaldo Caiado. 

Uma das mudanças mais necessárias está na efetivação de uma tarifa mais barata para quem embarca e desembarca em Goiânia. Não é justo, e o prefeito Rogério Cruz concorda, que esse usuário pague o mesmo que um passageiro de Bela Vista de Goiás que viaja de 40 a 60 Km pagando o mesmo preço que aquele que embarca no Novo Mundo para ir ao centro da capital.

O tempo é fator crítico para as mudanças. Se não forem feitas até o segundo semestre de 2021, não acontecerão em 2022 porque é um ano eleitoral. Caiado e Cruz têm a oportunidade de entrar para a história como os gestores que poderiam implantar um sistema que reduzir o custo da passagem do transporte coletivo da grande Goiânia. 

É preciso dedicação, convergência e vontade política para abraçar um projeto com essa envergadura.

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .