A Bíblia nos ensina que Deus é luz, a essência da luz. Sua luz é gerada por Ele próprio. Não que Ele somente produza a luz: Ele é a luz. A terra estava em trevas. “Deus disse: ‘Faça-se a luz!’ E a luz se fez” (Gn 1, 3).
Se Deus é luz, a ausência de Deus é treva. Portanto, onde não há Deus, não há luz, pelo que prevalecem somente trevas. Quem caminha nas trevas não tem rumo certo, não sabe para onde vai e não poderá se tornar filho da luz. E se não conhece a luz enquanto vivente neste mundo, após a morte como conseguirá viver a eternidade no Paraíso, onde reinam a luz e o autor da luz?
Segundo relatos bíblicos, movido pela elevada sabedoria e inquestionável bondade, e por deliberação própria Deus criou o mundo. Criou o céu e a terra, fez resplandecer a luz e a separou das trevas; proporcionou a beleza do firmamento e das águas e trouxe a vida: primeiramente a vida vegetal e animal, em seguida a vida humana.
Em plena execução do Projeto da Criação e após constatar que a obra criada era boa, o Criador percebeu que faltava algo que viesse complementar aquele trabalho santo. Ainda mais, viu que precisava de um ser que lhe fosse semelhante, não só para contemplar e admirar as belezas da Criação, num estado de felicidade permanente e sem fim, como também para reinar sobre todas as outras criaturas e gerir e usufruir todas as suas benesses.
Assim, Deus soprou o Seu próprio sopro de vida no ser criado à Sua semelhança, fato que distingue o homem de todas as outras criaturas. Isso mostra que o homem é mais do que “pó” ou substância física. O homem tem um espírito: o sopro de Deus. Podemos imaginá-lo desta maneira: o corpo de Adão tinha acabado de ser criado a partir do pó da terra, um corpo humano sem vida, estendido no chão. Então Deus Se inclinou e “soprou” o Seu próprio “fôlego” nas narinas daquele ser. Como Deus é a fonte da vida, Ele colocou diretamente a vida dentro do homem.
Deus criou o homem e a mulher e os abençoou, dando-lhes a incumbência de fazer irradiar e florescer a vida na terra. Mas o homem não foi fiel às determinações de seu Deus. E desobedeceu as Suas ordens. A criatura deixou de fazer a vontade de seu Criador. O homem e a mulher escolheram caminho diverso daquele traçado pelo Pai.
Contudo, por amor à humanidade, Deus enviou o seu Filho, o Salvador, para ensinar ao homem como se vive aqui na Terra com vistas à vida na eternidade. Segundo o projeto divino, Cristo viria para nos levar de volta à convivência com o Pai por meio do seu sacrifício na cruz.
Como se vê, Jesus não pertencia a este mundo. E quando veio, trouxe de lá o modo de viver lá na pátria celeste, segundo a sua lei fundamental: o amor.
E Jesus nos ensinou tantas outras coisas!… Dentre elas, Ele nos mostrou que o homem é um ser livre, consciente, responsável, social, comunitário e se realiza servindo. Esta é a sua vocação. Pena que muita gente não quer nem saber. Leva a vida do jeito que bem entende e de acordo com suas próprias conveniências.
Ocorreu que os ensinamentos de Jesus contrariavam os interesses dos poderosos daquele tempo, razão pela qual o prenderam. E após um processo sumário, com testemunhas fabricadas, Jesus foi julgado, condenado à morte e pregado na cruz. Ainda mais: os que O condenaram se acharam no direito de cuspir na Sua face, de baterem nEle com os punhos e de Lhe darem bofetadas, proferindo ironias.
Dois malfeitores condenados à morte eram conduzidos ao mesmo tempo, para serem mortos com Jesus. E chegando ao Calvário, ali foram crucificados: um à direita, outro à esquerda do Mestre. E Jesus, referindo-se àquela multidão enfurecida disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). E Suas vestes foram divididas e sorteadas aos olhos da multidão enfurecida que a tudo observava.
No domingo de manhã, quando ainda estava escuro, Maria Madalena encaminhou-se até o sepulcro e foi surpreendida com a constatação de que a pedra de cobertura e tapagem do túmulo havia sido removida. Assustada com o que via, correu e foi dar a notícia aos discípulos, os quais saíram depressa, a fim de verificar de perto o que estava acontecendo. E viram o sudário que cobria a cabeça de Jesus juntamente com os panos usados para envolver o corpo. Verdadeiramente, não haviam entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
AS celebrações na Quinta-feira Santa
Na Quinta-Feira Santa a Igreja celebra o dia da Última Ceia de Jesus Cristo com Seus Apóstolos, onde Jesus humildemente lavou os pés dos Seus 12 discípulos. É no momento do lava-pés que Judas Iscariotes sai, para entregar Jesus aos algozes em troca das 30 moedas de prata (Jo 13,1-15). Foi aí que Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu o Santo Sacrifício da Eucaristia como Sua eterna memória, e em Seu último discurso, encorajou os discípulos a amarem-se uns aos outros. Depois, Jesus dirigiu-se ao monte de Getsêmani, tomou Consigo três discípulos e começou a Sua agonia nos jardins, onde foi preso pelos judeus. Jesus é interrogado, açoitado e condenado. A Igreja inicia a vigília ao Santíssimo, relembrando o início dos sofrimentos de Jesus.
As celebrações na Sexta-Feira da Paixão
Na Sexta-feira Santa ou Sexta-feira da Paixão, a Igreja relembra o dia em que Jesus Cristo é crucificado. Após sua prisão, Jesus é julgado e martirizado; recebe a coroa de espinhos na cabeça; é levado à presença de Pilatos e depois de condenado, carrega uma cruz até o monte Calvário; ao meio dia é crucificado entre dois ladrões e, por volta das três da tarde Jesus morre… O Seu corpo foi retirado da cruz e colocado num sepulcro cavado na rocha. Neste dia, é praticado o jejum e a abstinência da carne, em sinal de penitência e respeito pela morte de Jesus Cristo.
As celebrações no Sábado Santo
Aqui a Igreja celebra a permanência de Jesus Cristo no sepulcro. Na Vigília Pascal, os fiéis ainda estão à espera, na esperança da ressurreição. Neste dia, inicia-se a Vigília Pascal, ao final do dia, terminando com o amanhecer da Páscoa.
As celebrações no Domingo da Páscoa
A Igreja celebra a Ressurreição, em que Jesus se levanta de Sua sepultura e vence a morte. É o dia do grande milagre! O dia em que Cristo volta à vida através da Sua Ressurreição de entre os mortos. É o dia em que se celebra a Vida, o Amor e a Misericórdia de Deus.
Maria, a Mãe de Jesus
A obediência sempre foi uma característica marcante de Maria. Melhor do que ninguém, ela soube entender os desígnios de Deus projetados para sua vida. Desde cedo aprendeu a conviver com adversidades, dores e sofrimentos. Ela aceitou tudo com a firme intenção de estar fazendo a vontade do Pai, atitude que constituía a tônica de toda a sua vida. Nos momentos de maior aflição, em que o Filho agonizava na cruz, ela estava lá, junto dEle, compartilhando a sua paixão: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena” (Jo 19, 25).