Depois de a família Bolsonaro empreender lançando cursos e produtos, chegou a vez de Paulo Guedes entrar na onda e lançar um MBA. O ex-ministro da economia vai abrir as inscrições para sua segunda turma do MBA em Macroeconomia & Portfolio Management. Para atrair interessados, ele dará quatro aulas inaugurais gratuitas abertas ao público e promete ensinar os inscritos a analisarem o cenário macroeconômico para tomar as “melhores decisões de investimentos”.
Com a aula inicial marcada para dia 8 de abril, com aula intitulada “Principal Problema da Economia Brasileira – e Como Enfrentá-lo”, o MBA, como informado acima, terá as primeiras aulas gratuitas. Apesar disso, os valores após a quarta aula não são revelados nem após a pré-inscrição.
O site que promove o MBA, é hospedado pela Faculdade HUb do Grupo Primo, e afirma que, além de Paulo Guedes, haverá aulas “vários dos maiores economistas e investidores do Brasil”, incluindo Mansueto Almeida, Adolfo Sachsida, Gustavo Montezano, Marcos Troyjo, Bruno Bianco, Waldery Rodrigues, Helio Beltrão, Morgan Housel, Guilherme Aché, Florian Bartunek e outros.
Muito antes de Paulo Guedes, porém, Michelle Bolsonaro foi a pioneira no empreendedorismo ao usar sua popularidade para vender produtos e atuar como influenciadora. Agora, ela e o marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, contam com os produtos da própria linha, lançados pelo melhor amigo, que se intitula “expert de Beleza e Ecommerce” e “especialista em criar cosméticos de alta performance”.
Michelle tem produtos como o ‘LADY M’, um ‘eau de parfum’ floral âmbar de 60ml que consta como esgotado no site. Além do ‘Kit Completo By Michelle Bolsonaro’, no valor de R$ 168,00 e que inclui um hidratante facial, um sabonete de limpeza facial, uma máscara facial peel off de uso noturno e sérum facial nutritivo de uso noturno, e uma paleta de maquiagem de 12 cores ao valor de R$ 99,90.
Bolsonaro não sai atrás e também tem o próprio perfume. Com 100ml e no valor de R$ 197,00, o ‘Jair Bolsonao Eau de Parfum’ é descrito como um produto que causa uma “explosão de frescor cítrico amadeirado”. As notas de saída do produto, segundo o site, são de Laranja, Limão tahiti, Tangerina, Bergamota, Limão Siciliano e Néroli.
Dois dos filhos do ex-presidente Bolsonaro, apesar de não terem seus produtos, fizeram algo parecido com Paulo Guedes e lançaram seus cursos. Mas não se trata de economia, o curso lançado por Carlos Bolsonaro (Republicanos) e seu irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em janeiro, tem os seguintes objetivos: “Abrir os olhos das pessoas a sua volta” e “aprender a desfazer as mentiras da esquerda”.
O treinamento, intitulado “Ação Conservadora”, começou em meados de fevereiro e teve a presença de parlamentares como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Damares Alves (Republicanos-DF). O valor do curso era, até então, de R$297,90 à vista, e os irmãos Bolsonaro prometiam, com isso, uma plataforma de treinamentos para candidatos conservadores que desejam se eleger sem ter acesso aos grandes recursos financeiros dos partidos.
O site do “Ação Conservadora” continua no ar e, apesar de não apresentar novas datas de treinamentos, ainda promete ao inscrito: “ser eleito em 2024, mesmo sem recursos financeiros; atingir sucesso nas redes sociais e impactar pessoas; trabalhar nos bastidores; ser uma liderança local e influenciar pessoas”, dentre o que já foi citado anteriormente.
Por fim, o filho homem mais novo do ex-presidente, Jair Renan Bolsonaro, até tentou entrar na onda do empreendedorismo, mas, provavelmente sem as orientações adequadas, acabou sendo denunciado, na última semana, pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso, no âmbito da Operação Nexus, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
De acordo com as investigações, Jair Renan teria forjado resultados financeiros de sua empresa Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia para obter empréstimo junto ao banco Santander, que não foi pago. A denúncia criminal no caso está sob sigilo. A instituição financeira também moveu um processo para a cobrança da dívida e obteve uma decisão favorável para o pagamento de R$ 360 mil.
O advogado Admar Gonzaga, que representa Jair Renan no caso, criticou o vazamento da denúncia para a imprensa. “Esses vazamentos têm causado o chamado strepitus fori, muito prejudicial à defesa, ao devido processo, à presunção de inocência e, assim, à imagem de quem tem o direito de se defender”. “A sociedade perde o status de legalidade e humanidade com essa situação. Precisamos evoluir”, acrescentou a defesa do 04.