14 de outubro de 2024
Destaque 2 • atualizado em 23/04/2021 às 11:41

Cerca de 2 mil músicos continuarão sem trabalhar em Goiânia, apesar do novo decreto

Foto: Raro Bar e Grill/Arquivo Facebook
Foto: Raro Bar e Grill/Arquivo Facebook

Com o novo decreto municipal, em vigor a partir desta quinta-feira (22) em Goiânia, a música ao vivo nos bares e restaurantes poderá voltar aos estabelecimentos da capital. Porém, com a determinação de até dois profissionais se apresentando na modalidade “voz e violão”. No entanto, apesar da volta, muitos músicos permanecerão sem atuar.

Em entrevista ao Diário de Goiás, o presidente da Ordem dos Músicos de Goiás, seção Brasil, Emerson Biazon, afirmou ter questionado o prefeito Rogério Cruz com relação à determinação, levando em consideração que vários palcos possuem capacidade para mais de quatro pessoas, com a manutenção do distanciamento social estabelecido.

“Já que bares e restaurantes estão funcionando com 50%, porque o palco não pode funcionar com 50%? Porque dois músicos, voz e violão, se for dupla e um dos músicos só tocar e o outro não, precisa de um acompanhante, não pode. Se de repente for um trio, já não pode, vai ficar sem trabalhar”, disse. 

O representante afirmou que, deste modo, o decreto atende parcialmente a categoria. “Eu vejo uma possibilidade de dar um start nos músicos, para a roda começar a girar novamente, porque infelizmente os músicos estavam parados enquanto todo mundo estava trabalhando com 50% da capacidade, os músicos não estavam trabalhando. Pelo menos agora a gente já começou”, pontuou. 

No entanto, menos da metade dos profissionais irão atuar, a partir do novo decreto. “Normalmente eram 5 mil músicos na noite em Goiânia trabalhando. Caiu para 3 mil na época da pandemia. Agora, com esse decreto, pode colocar aí que o que vão trabalhar serão de 800 a mil, no máximo, estourando, e olhe lá. É muito pouco, tendo em vista de 3 mil músicos atuantes, mesmo, na noite”, ressaltou.

Emerson lembrou, ainda, o fato de que a categoria vem sendo a mais afetada no período, mesmo sem ser responsável pelas aglomerações normalmente presenciadas. “Enquanto as casas que, elas que infringiram a lei, que era 50% e eles estavam colocando 100% em capacidade, os músicos pararam de tocar. Então, assim, eu acho que é uma boa atitude da prefeitura rever o decreto, colocar pelo menos, nesse final de semana liberar os músicos voz e violão. Mas eu não vou desistir, eu vou ficar em cima deles, questionando”, ponderou. 

“Eu concordo com ele que de repente tem palco, que a maioria dos palcos cabem quatro músicos. Então, 50%, vamos liberar só dois. Mas tem palcos, por exemplo do Simprão e vários outros aí, que o palco é bem grande, cabe tranquilamente 3, 4 músicos com um metro e meio ou até dois metros longe do outro, tranquilo, e a capacidade não vai dar aglomeração porque é 50% e pronto. Esse é o meu ponto de vista e é isso que eu vou brigar pela nossa classe”, completou.


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