Por Glauco de Pierri
Desmantelado pelos desfalques, o Corinthians escreveu mais uma página gloriosa em sua história na noite desta terça-feira, na Copa Libertadores. Das mãos de Cássio, um dos maiores heróis da história alvinegra, a classificação para as quartas de final veio em uma disputa de pênaltis que beirou a agonia: 6 a 5 para o time brasileiro após mais um 0 a 0 no tempo normal. Agora, é hora de tentar puxar fôlego para seguir em frente em três competições na temporada.
As quatro partidas entre Boca Juniors e Corinthians pela Libertadores deste ano deixaram os torcedores dos dois times com saudades dos jogadores das duas equipes que há dez anos disputaram a finalíssima do torneio sul-americano.
O desempenho dos dois times na primeira etapa do jogo desta terça foi sofrível, salvo raras exceções. No Corinthians, é verdade que a equipe de Vítor Pereira entrou em campo cheia de desfalques, mas o time jogou muito mal.
Do lado argentino, cinco chances de gol desperdiçadas, duas delas claríssimas com o atacante Benedetto. Na primeira, aos 18, Zeballos ganhou de Piton e cruzou na medida para o atacante que, sozinho, pegou de primeira, mas de canela, e mandou longe do gol
A outra grande chance surgiu aos 25, quando Raul Gustavo subiu com o cotovelo na boca de Fernández. Acionado pelo VAR (Árbitro de Vídeo), o árbitro uruguaio Andrés Matonte assinalou o pênalti Mas assim como Róger Guedes desperdiçou sua cobrança no primeiro jogo, Benedetto mandou a bola na trave esquerda de Cássio.
No início do segundo tempo, foi a vez de Mantuan precisar sair do jogo por lesão e em seu lugar Vítor Pereira mandou a campo o jovem Giovane, de 18 anos, que foi revelado nas categorias de base do Capivariano.
O Corinthians seguia com enormes dificuldades para sair jogando com a bola desde a sua defesa. Na imensa maioria das vezes, a bola antes mesmo de passar pelo meio-campo alvinegro já estava de volta aos pés dos jogadores argentinos.
Aos 13 minutos, em um contra-ataque, após a arbitragem não marcar uma falta clara em Giuliano, Benedetto saiu de frente para Cássio mais uma vez, e mais uma vez perdeu um gol incrível, mandando a bola por cima do travessão.
Com o passar do tempo, o jogo foi piorando tecnicamente e a temida Bombonera parecia estar mais nervosa do que de costume em uma partida decisiva do Boca. Vítor Pereira mandou a campo Roni, Bruno Melo e Bruno Méndez, completando as cinco alterações.
O Corinthians se defendeu bem no final e levou a disputa para os pênaltis. Raul Gustavo e Bruno Melo erraram pelo Corinthians e pararam nas mãos de Rossi, mas Villa e Ramírez pararam no paredão Cássio e Benedetto isolou sua cobrança. Na última batida, Gil garantiu a vaga corintiana.
Nas quartas de final, o Corinthians vai enfrentar o vencedor de Flamengo e Tolima, que jogam nesta quarta, às 21h30, no Maracanã, no Rio – o rubro-negro venceu o jogo de ida, na Colômbia, por 1 a 0, e joga pelo empate.
FICHA TÉCNICA:
BOCA JUNIORS 0 (5) X (6) 0 CORINTHIANS
BOCA JUNIORS – Rossi; Advíncula, Izquierdoz, Rojo e Fabra; Varela, Pol Fernández e Óscar Romero; Zeballos (Juan Ramírez), Benedetto e Villa. Técnico: Sebastián Battaglia.
CORINTHIANS – Cássio; Rafael Ramos (Bruno Méndez), João Victor (Gil), Raul Gustavo e Fábio Santos; Du Queiroz (Roni), Cantillo, Gustavo Mantuan (Giovane), Giuliano (Bruno Melo) e Lucas Piton; Róger Guedes. Técnico: Vítor Pereira.
CARTÕES AMARELOS – João Victor, Varela, Gil.
ÁRBITRO – Andrés Matonte (URU).
RENDA E PÚBLICO – Não divulgados.
LOCAL – Estádio La Bombonera, em Buenos Aires, na Argentina.
(Conteúdo Estadão)
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