Durante entrevista coletiva em Johanesburgo, na África do Sul, nesta quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao final da reunião de cúpula do Brics, quando questionado se o resultado das eleições do país vizinho em outubro, poderia influenciar ou não a entrada da Argentina no bloco, ele declarou que não importa qual candidato vença as eleições na Argentina em outubro.

 “A mim não importa, do ponto de vista do Brics, quem ganhe a eleição na Argentina. Tudo mundo sabe que sou amigo do Alberto Fernández. O Brasil, enquanto Estado, vai negociar com o Estado argentino independentemente de quem seja o presidente. Pode ser que o presidente não queria negociar com o Brasil, é um direito livre e soberano dele, ninguém vai obrigar”, Lula durante coletiva.

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A declaração ocorre às vésperas das eleições na Argentina, em que o economista Javier Milei (Liberdade Avança), um político considerado de extrema-direita, que venceu as prévias em 13 de agosto com 30% dos votos e, segundo o Jornal Clarín, lidera a corrida eleitoral em todas as pesquisas.

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Lula afirmou que a geopolítica é o critério para a decisão dos Brics. Ao mesmo tempo, reconhece que a Argentina tem autonomia para decidir seus parceiros comerciais. Pessoalmente, ele disse não se importar com a ideologia de outros chefes de Estado.

“A responsabilidade que nós tomamos hoje é o que dá seriedade à escolha da Argentina [para integrar o Brics]. A gente não está colocando a questão ideológica dentro do Brics. Estamos colocando a importância geopolítica de cada Estado”, declarou o presidente Lula.

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Expansão do Brics

Em 2024, o Brics terá novos membros além dos cinco países que o formam atualmente: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Seis nações foram convidadas a integrar o bloco: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos. O anúncio foi efeito ao final da reunião de cúpula.

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Lula disse que gostaria de ver Angola como parte do Brics em breve. Ele também citou outros países africanos que poderiam se candidatar ao bloco, como Nigéria, Moçambique e República Democrática do Congo.

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