Publicidade
Economia
| Em 3 anos atrás

Brasil se desfez de fábricas de fertilizantes e aumentou dependência de importação

Compartilhar

A dependência do Brasil por fertilizantes estrangeiros ficou escancarada após a invasão russa na Ucrânia. O país governado por Vladimir Putin responde por 23% da importação desses produtos, conforme o Ministério da Economia. Com a guerra na Ucrânia, o governo brasileiro precisou buscar novas alternativas.

Porém, o cenário poderia ser outro se o Brasil não tivesse se desfeito de fábricas de fertilizantes. Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), em 2020, 84% dos produtos eram importados, no maior percentual em 20 anos. Esse percentual, aliás, deve ter aumentado em 2021, de acordo com consultorias especializadas.

Publicidade

O Brasil consumiu 30 milhões de toneladas de fertilizantes em 2015. Em 2020, o consumo foi de 40 milhões de toneladas. Em 2021, segundo estimativas da consultoria StoneX, ele chegará a 45,5 milhões de toneladas.

Publicidade

Há sete anos, quando a Petrobras mantinha ativas suas fábricas de fertilizantes, a dependência internacional era de 73%. Após os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o percentual importado vem crescendo.

Publicidade

Em 2016, com Michel Temer na presidência, a Petrobras deixou o mercado de produção de fertilizantes. Duas fábricas de adubos no Nordeste foram fechadas pela estatal em 2018, em Camaçari-BA, e em Laranjeiras-SE.

Nesse período também houve o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenadas do Paraná, em Araucária, em fevereiro de 2020.

Publicidade

Também na gestão Bolsonaro, a Petrobras vendeu a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, para o grupo empresarial russo Acron. A planta estava em fase de construção. O anúncio da venda foi feito pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em fevereiro deste ano.

Custos

De acordo com dados do governo federal, o Brasil gastou o dobro em importações de adubos e fertilizantes químicos em 2021, em comparação com 2020. Foram 15,2 bilhões de dólares – R$ 80 bilhões.

O país adquiriu no exterior 41,5 milhões de toneladas de fertilizantes – incremento de 22% –, a um preço médio de US$ 364,34 por tonelada, 56% acima dos valores pagos em 2020.

Ministra lamenta

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse na semana passada que o Brasil se equivocou quando decidiu parar com a produção nacional de fertilizantes.

“Por que tomamos lá no passado a decisão equivocada de não produzir fertilizantes? No passado, a decisão era de importar pois era mais barato. Mas o Brasil precisa tratar esse assunto como segurança nacional e segurança alimentar”, destacou.

Publicidade