07 de agosto de 2024
REGIÃO METROPOLITANA • atualizado em 04/10/2023 às 21:43

Aprovada nova lei do transporte com prorrogação de contratos por 20 anos

Projeto que prorroga contratos das concessionárias vai para sanção com promessa de reestruturação profunda
Aprovação aconteceu na sessão ordinária desta quarta-feira na Alego - Foto: Agência Assembleia de Notícias / Sérgio Rocha
Aprovação aconteceu na sessão ordinária desta quarta-feira na Alego - Foto: Agência Assembleia de Notícias / Sérgio Rocha

Foi aprovada em votação final a autorização para a reorganização dos serviços de transporte coletivo no sistema integrado da Região Metropolitana de Goiânia. A aprovação, unânime, foi na primeira votação da tarde no Plenário da Assembleia Legislativa de Goiânia.

O projeto nº 3372/23, da Governadoria, agora segue para sanção do Executivo.

Ele prevê a criação de uma sociedade específica envolvendo as quatro empresas que operam no sistema – HP, Rápido Araguaia, Viação Reunidas e Cootego.

A finalidade é que elas possam captar juntas os investimentos para, entre outras coisas, a renovação da frota e a eletrificação do Eixo Anhanguera. Além disso, para obras em terminais e plataformas, entre várias outras necessidades do sistema.

Prorrogação de contratos

O ponto polêmico era a prorrogação dos contratos vigentes por mais 20 anos. Isso reserva o mercado às empresas por um total de 25 anos, já que os atuais contratos venceriam em 2028.

Mas a resistência foi superada diante do argumento de que essa opção assegura às empresas confiabilidade até 2048, e elas viabilizam os investimentos que 2,6 milhões habitantes das 20 cidades do entorno necessitam.

Apoio

Logo no início, os deputados Clécio Alves e Virmondes Cruvinel (UB) manifestaram apoio à matéria, assim como Amauri Ribeiro (UB), que foi relator e deu parecer favorável ao projeto.

Alves, após criticar o transporte público em Goiânia, afirmou que haverá maior transparência na arrecadação e nos gastos com o transporte público na região.

Já o deputado Virmondes Cruvinel declarou voto favorável, mas disse que pretende fiscalizar “horário, condições da frota”, citou.

Pouco debate

O deputado da oposição, Mauro Rubem (PT), viu falta de envolvimento da sociedade no debate sobre assunto tão impactante. Mesmo assim, também declarou voto favorável.

Por outro lado, o parlamentar discursou defendendo tarifa zero e acesso direto à gestão do transporte coletivo. “As empresas arrecadam, liberam, determinam qual linha vai ou não vai mais funcionar. Não pode isso. Ônibus elétrico, ótimo, mas precisamos discutir o sistema como um todo”, afirmou.

A matéria visa sanar problemas reconhecidos pelo próprio governo. Os principais são o sucateamento da frota, degradação das infraestruturas, queda substancial da demanda de passageiros e perda da sustentabilidade econômico financeira do modelo de concessão adotado nos atuais contratos.

Separação de atividades

A matéria propõe nova modelagem de contratos, separando os que são de operação (Opex) do grupo de contratos de investimentos (Capex).

Ou seja, o projeto estabelece que os serviços de transporte coletivo serão reorganizados em dois conjuntos de atividades.

O primeiro conjunto corresponde à operação das frotas e ao transporte de usuários do SIT/RMTC, que serão mantidos no objeto dos contratos de concessão vigentes.

O segundo remete à aquisição e ao provimento de frotas de ônibus, com a realização de investimentos na modernização e na renovação, também à promoção de investimentos em obras de infraestrutura que sejam determinadas pela Câmara Deliberativa de Transporte Coletivo — CDTC e delimitadas em contratos”, é explicitado na proposição.

O projeto ainda cria uma Câmara de Liquidação e Custódia (CLC). Esta Câmara vai centralizar a gestão e o controle dos recursos financeiros.


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