Apesar da liderança disparada de Paulo Garcia (PT) nas pesquisas de intenções de voto, no quesito promessas eleitorais o resultado segue no 0 X 0. A verdadeira polarização da disputa pode ser verificada nos debates, em que as propostas continuam generalizadas e superficiais. Nem de um lado, nem de outro. Ninguém conseguiu emplacar um plano de governo para empolgar o eleitor goianiense. Saúde, segurança pública, educação, transporte e mobilidade urbana são as diretrizes (pouco) exploradas por todos os candidatos.
Teoricamente, os prefeitáveis deveriam estudar as necessidades do município e apresentar suas propostas, com registro da candidatura, à Justiça Eleitoral, para que o cidadão pudesse comparar as intenções de cada um, fazendo assim uma melhor escolha. A questão atual é a grande semelhança entre os documentos e pequena interferência dessas propostas nas indicações prévias dos eleitores.
Um mês após o início efetivo das campanhas, poucas soluções factuais foram apresentadas. Não consta que qualquer uma delas tenha alterado o resultado proporcional de intenções de voto nas pesquisas divulgadas em Goiânia. Ou seja, a decisão do eleitor não está pautada no discurso do candidato. O voto está sendo oferecido como um crédito de confiança, ou de menor desconfiança – é o que parece.
O programa petista chegou a ensaiar uma inovação com o projeto de sustentabilidade, um direcionamento nacional da sigla. O eleitor da Capital, porém, exigiu respostas para as deficiências básicas que a administração ainda carece atender. Para ir ao encontro do anseio popular, Paulo elegeu a Saúde como uma das principais vertentes de seu plano.
Se reeleito, o prefeito afirma que irá construir novas unidades de atendimento, obedecendo as demandas de cada bairro ou região. O aprimoramento das políticas de atendimento ao usuário de drogas também é apontado como meta. O lema da Coligação Cidade Sustentável é a humanização da Saúde. Com tratamento de respeito e dignidade ao usuário.
Jovair Arantes (PTB), por sua vez, promete criar o Vapt-vupt da Saúde. O objetivo é facilitar o agendamento de consultas e aperfeiçoar o atendimento ao cidadão. O candidato petebista pretende implantar políticas de melhoria de atendimento nos Cais e qualificar e valorizar os profissionais da saúde. O segundo tópico do texto base do seu projeto de governo é a prevenção de crimes por meio de alianças estratégicas com o governo estadual e federal.
EDUCAÇÃO
Para a educação, Paulo afirma que irá fortalecer a rede de ensino para atendimentos às pessoas portadoras de necessidades especiais, em articulação com as Instituições não governamentais. O prefeito pretende também consolidar a política da assistência social, articulada com as demais políticas públicas e com as instituições da sociedade.
O candidato petista quer ampliar os programas de atenção ao idoso e ao jovem em consonância com o Estatuto do Idoso e o da Criança e do Adolescente. Ele promete construir mais 81 Centros Municipais de Ensino (CMEIs), garante a qualificação contínua dos professores, a ampliação da rede de educação integral e participação comunitária, em que a comunidade local ajuda a fiscalizar os centros educacionais, garantindo a qualidade dos serviços prestados. “Queremos uma cidade igualitária, acolhedora, queremos uma cidade educadora”, ressalta Paulo.
No projeto de Jovair está prevista a priorização e potencialização da educação inclusiva. Os alunos da Rede de Inclusão que necessitam de um atendimento educacional especializado vão receber novas escolas. A prefeitura vai ampliar o número de escolas inclusivas, com profissionais devidamente preparados. O petebista promete também zerar o déficit de vagas nos CMEIs.
TRANSPORTE E MOBILIDADE
O Plano de Governo de Paulo Garcia prevê a criação dos bicicletários e do sistema de locação de bicicletas. Existe também o projeto de requalificação das calçadas, com implantação de modelos acessíveis para portadores de deficiências. Há previsão de criação de ciclovias, corredores exclusivos para ônibus e implantação dos VLTs.
Na mesma vertente, Jovair afirma que irá aplicar o Plano Diretor de Goiânia, que prevê a implantação de corredores exclusivos de ônibus nas principais vias da Capital. A prefeitura da base governista promete também trabalhar em conjunto com o governo Estadual para a criação dos VLT no Eixo Anhaguera e promete construir novos viadutos para dar mais dinamismo ao trânsito.
A deputada estadual e candidata do PCdoB, Isaura Lemos, também terá como prioridade de governo a melhoria da área da saúde. Ela promete construir e entregar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas, a cada ano de mandato, totalizando quatro em diferentes regiões de Goiânia. Na área de transporte e mobilidade, Isaura pretende rever todos os contratos das empresas que exploram a concessão do transporte coletivo. Se eleita, a candidata buscará parcerias junto ao governo federal para implantação dos corredores exclusivos nas avenidas T-7, T-9 e 136.
Elias Júnior (PMN), também deputado estadual, promete uma gestão voltada para a população economicamente desfavorecida. O deputado afirma que priorizará os bairros da periferia oferecendo atendimentos municipais nos locais e melhorando a qualidade de vida. Elias tem projetos para maior fiscalização das empresas responsáveis pelo transporte coletivo e para implantação de novos postos de Saúde na Capital.
Simeyzon Silveira, candidato da chapa Goiânia Minha Cidade, Minha Família, quer a ampliação de programas sociais, a criação do Banco do Povo Municipal, que concederá empréstimos a microempresários. Na área de Segurança Pública, o candidato do PSC quer parceria entre prefeitura e Polícia Militar.
O professor Reinaldo Pantaleão (PSOL), assim como Rubens Donizete (PSTU), defende uma administração com a participação popular. Os comunistas afirmam que se eleitos, as decisões importantes do executivo serão tomadas com a aprovação do povo. Pantaleão tem projetos de prioridade para cultura.
José Netho (PPL) propõem a criação dos aeromóveis e a valorização dos centros culturais da cidade.
A diferença dos candidatos está restrita aos partidos que compõem suas bases. Os discursos continuam deficientes e focados no ataque. E ainda há quem diga que os cabos eleitorais não estão fazendo diferença…