15 de novembro de 2024
Lênia Soares

A oposição que ‘ama’ Marconi terá coragem de enfrentá-lo?

Em sua última visita a Jataí, o governador do Estado, Marconi Perillo (PSDB), ressaltou a diplomacia do prefeito Humberto Machado (PMDB) ao relembrar sua autoria da frase “governo não faz oposição a governo”. Um resgate elogioso ao slogan que hoje fortalece a campanha do tucano e enfraquece a oposição goiana.

 

A ‘teoria administrativa’ embasa o argumento de outros prefeitos. Sob a mesma ‘lógica’, Antônio Gomide (PT), em Anápolis, e Maguito Vilela (PMDB), em Aparecida, fecham o cerco da região metropolitana demonstrando perfeita sintonia com o governador de Goiás.

Na prática, deixam Marconi usá-los politicamente, como nas últimas semanas, quando o governador foi até Maguito e depois a Gomide para semear discórdia entre os oposicionistas.

A cena diplomática, no entanto, não compõe um cenário de ingenuidade. Para os prefeitos, a situação é satisfatória. Além de provocar atritos em suas próprias bases, eles, que são pré-candidatos velados ao governo, intensificam a batalha prévia que existe internamente para, depois, enfrentar Marconi Perillo.

A lista da oposição à oposição, pode ser composta ainda pelo prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda (PDT), por fazer parte de um partido oscilante, e pelo ex-prefeito de Senador Canedo Vanderlan Cardoso (PSB), um oposicionista declarado que admite diálogo com o governador em um hipotético segundo turno.

Assim que, nos bastidores, as declarações de Vanderlan reforçam a versão de marconistas, que asseguram a existência de um acordo com o empresário socialista, como se este fosse o vice dos sonhos de Marconi Perillo.

Como Vanderlan não é enfático, a dúvida ganha espaço, como ganham espaço também os questionamentos sobre o peemedebista José Batista Júnior, o Júnior do Friboi.

Desde a filiação do empresário ao PMDB, o que houve foi discórdia. Sem força política, mas com poder aquisitivo, Friboi dividiu o partido e tem desafiado a liderança do ex-governador Iris Rezende.

Volta e meia, o empresário fala sobre seu relacionamento amistoso com Marconi Perillo e insiste: “Se eu for candidato, ele não sairá à reeleição”.

Um mar de possibilidades estrépidas que só garantem a inexistência de coesão no grupo que diz almejar o contraponto ao governador de Goiás. Uma estratégica que justifica-se como certa, mas demonstra medo e fragilidade.

Maguito e Gomide, com o ‘amor’ declarado a Marconi, lucram porque evitam apanhar da máquina de comunicação do Chefe do Executivo.

Vanderlan, com sua dubiedade, deixa que histórias sobre ele ganhem corpo.

E Friboi? Com toda sua deficiência política, é visto pelos próprios companheiros de partido como um ‘cavalo de troia’. É o que passa.

A dúvida que não existe é que é preciso coragem para enfrentar Marconi Perillo. É preciso coragem para fazer oposição. Mais inteligência e menos fígado.

Coragem e oposição… Duas novas dúvidas.


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