21 de dezembro de 2024
Goiânia • atualizado em 30/11/2021 às 19:59

A Castelo Branco pode mudar para Iris Rezende: ‘a Lei Orgânica permite’, diz vereador

Foto: divulgação/Câmara de Goiânia.
Foto: divulgação/Câmara de Goiânia.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Clécio Alves (MDB), e o vereador Marlon Teixeira (Cidadania) devem formalizar nos próximos dias um projeto para homenagear o ex-prefeito Iris Rezende renomeando a Avenida Castelo Branco, em Goiânia, com o nome do emedebista, que morreu em novembro de 2021 por complicações de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) Hemorrágico.

Ao Diário de Goiás, Clécio explicou que o projeto é constitucional e não vai de encontro à legislação municipal, pois a Lei Orgânica do município de Goiânia permite essa mudança porque a avenida em questão recebe o nome de um ditador. Castello Branco foi o primeiro presidente da era da Ditadura Militar (1964-1985). Esteve à frente do país de 1964 a 1967. Morreu logo após deixar o poder, em julho do mesmo ano, num acidente aéreo, no Ceará.

“A Lei Orgânica permite alterar o nome de ditadores como é o caso da [Avenida] Castelo Branco e coincidentemente, esse foi o ditador algoz que cassou o mandato do prefeito Iris no início de sua carreira política. Então esse sujeito [Castello Branco] não tem nenhum motivo para ser homenageado na cidade de Goiânia por ninguém, nenhum motivo”, disse Clécio.

Clécio Alves proferiu várias razões para que as pessoas prestem homenagens a Iris, ele disse ainda que sempre teve uma relação muito próxima de amizade com o ex-prefeito da capital.

“Todos sabem da minha ligação umbilical com o Iris, muito pessoal, muita próxima de amigo, que ele falava para mim que eu era o irmão mais novo dele; e eu falava que ele era meu irmão mais velho, era meu espelho político e, além de tudo, o homem que foi Iris politicamente”, justifica Clécio.

Autor da proposta, junto com Clécio Alves, o parlamentar Marlon Teixeira reforça que o objetivo é fazer justiça a Iris Rezende e relembrar a história. O vereador diz ainda que lugar nenhum do mundo ditadores são homenageados.

“Na Alemanha não tem nenhuma rua que homenageia Adolf Hitler; No Iraque não tem nenhuma rua que homenageia Saddam Hussein, só Goiânia que tem uma rua que homenageia um ditador, o primeiro presidente da Ditadura Militar. Castello Branco foi quem cassou o mandato de Iris Rezende, e essa proposta não é uma proposta chula, ela vem fazer justiça”, explica.

Marlon destaca também que a Câmara de Goiânia terá a oportunidade de consertar esse erro histórico. “Este foi um erro e que nós vamos ter a oportunidade de consertá-lo neste momento”, completa.

Os vereadores disseram ainda que não há dúvida que todos os 35 vereadores de Goiânia irão votar a favor do projeto, inclusive — segundo Clécio Alves — a proposta está com o nome dos 35 vereadores, já que o intento é que seja um projeto de toda a Casa, de todos os vereadores, por essa razão ele diz que será aprovado.

Marlon ressaltou que recuou de outra proposta anteriormente apresentada — de homenagear a cantora Marília Mendonça com o nome da Avenida Castelo Branco — para se engajar nesta homenagem a Iris Rezende. Mas o vereador lembrou que o próximo viaduto construído em Goiânia será, sim, em nome da artista que morreu em novembro deste ano num acidente aéreo, em Minas Gerais, quando ia se apresentar naquele estado.


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