22 de dezembro de 2024
Respirando por aparelhos

Zander Fábio diz que já esperava veto de Bolsonaro sobre Lei Paulo Gustavo mas torce por reversão no Congresso

Secretário de Cultura destaca que setor foi um dos que mais sofreram durante a pandemia
(Foto: Portal da Câmara Municipal)
(Foto: Portal da Câmara Municipal)

O secretário Municipal de Cultura Zander Fábio (Patriota) disse ao Diário de Goiás que já esperava o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Lei Paulo Gustavo mas que torce por sua reversão no Congresso Nacional que pode derrubar a decisão do chefe do executivo brasileiro. Parlamentares já se movimentam e articulam pela derrubada do veto.

Questionado se a Lei faria falta para o setor cultural, Zander foi categórico. “Muita, eu torço para que ela tenha seu veto derrubado pelo Congresso”, pontua. Diante disso, movimenta com outros colegas e parlamentares modos para reverter a decisão do presidente Jair Bolsonaro. 

Fábio pontua que uma situação semelhante aconteceu com a Lei Aldir Blanc, vetada pelo Congresso, mas que prosperou a partir de um acórdão no TCM. “O presidente Jair Bolsonaro já havia feito o veto do remanescente dos quatro milhões que estavam nos cofres do município e do Estado, ele fez o veto mas o próprio Tribunal de Contas da União soltou um acórdão e foi derrubado esse veto mas teve um acórdão para que pudesse ser pago e foram pagos e foi um sucesso total”, pontuou.

Apoio nunca é demais

Um dos primeiros setores a terem seu trabalho interrompido no começo da pandemia e o último a retomar, a classe cultural clama por ajuda. O coronavírus foi um duro golpe para a categoria que passou por inúmeras dificuldades durante todo o período de decreto de calamidade pública.

“Eles pedem a oportunidade de trabalho para exercer sua arte e nós fizemos isso mesmo de forma tímida porque nós não tinhamos as ferramentas. Eu estou aqui há exatamente um ano. São doze meses e num período de pandemia, onde colocar um músico num bar era muito dificil”, pontuou Zander que tentou ajudar como pôde. 

“A maneira que nós encontramos em uma parceria com o terceiro setor, com o Sesc, a gente poder fazer o programa Clarque onde pegamos seiscentos artistas e eles foram fomentados com até dois mil reais para ter um afago num momento dificil”, rememorou. 

“Logo após isso conseguimos fazer o remanescente da Aldir Blanc que era quatro milhões de reais. Nós conseguimos contemplar setecentos e oitenta artistas com prêmios de 10 mil reais para que eles pudessem fazer lá sua live, montar sua peça de Teatro e agora com prêmios de sessenta mil reais cerca de 400 artistas com a Lei de Incentivo Municipal 2021 que vamos pagar em 2022”, salientou.

Lei Paulo Gustavo e o veto do presidente

A lei repassaria R$ 3,86 bilhões do Fundo Nacional de Cultura (FNC) para fomento de atividades e produtos culturais em razão dos efeitos econômicos e sociais da pandemia de covid-19. O projeto foi batizado de Lei Paulo Gustavo, em homenagem ao ator e comediante que morreu em maio do ano passado, vítima da covid-19.


Entre os argumentos utilizados por Bolsonaro para vetar o repasse de recursos, está o de que a medida fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, por criar uma despesa prevista no teto de gastos, mas sem a compensação, na forma de redução de despesa, para garantir o cumprimento desse limite.

“Ademais, ao adicionar uma exceção à meta de resultado primário, a proposição legislativa incorreria em compressão das despesas discricionárias que se encontram em níveis criticamente baixos e abrigam dotações orçamentárias necessárias à manutenção da administração pública e à execução de importantes políticas públicas, tais como aquelas relacionadas às áreas de saúde, educação e investimentos públicos, com enrijecimento do orçamento público, o que implicaria dano do ponto de vista fiscal”, diz o veto.

Bolsonaro também argumentou que o setor já foi contemplado com recursos pela Lei Aldir Blanc, que destinou R$ 3 bilhões para atender emergencialmente o segmento e amenizar os impactos da pandemia na atividade cultural.


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